segunda-feira, 29 de agosto de 2011

pensamento 3

A cobardia, mais tarde ou mais cedo, faz-nos cair no lado hediondo da vida. A coragem de dizer não e de dizer sim é que nos faz encontrar a felicidade, nem que seja de miragem.


domingo, 28 de agosto de 2011

meu mundo risonho

gosto de ti
a vida ensinou-me
por ti
a ser melhor
amando-te.
fizeste-me bom
assim,
apaixonado
sentindo em ti... por ti
um mundo risonho.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

teu olhar apaixonado

olhas-me bonita
no teu sorriso
piscas-me um olho
e ris com os dois
inclinas teu rosto
que se alinha com meu ombro
meu peito pula
meu olhar corre para ti.
controlo-me
para não te abraçar
sinto-te em meus braços
de peito encostado
num só bater
de coração apaixonado.


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

perde-se a lucidez

perde-se a lucidez quando só vemos o nosso umbigo. perde-se a lucidez quando procuramos a nossa culpa em todos os acontecimentos da vida. perde-se a lucidez quando procuramos nos outros as responsabilidades para as nossas culpas. perde-se a lucidez quando julgamos que a nossa dor nos faz bem e as nossas lágrimas nos tornam mais lindos. perde-se a lucidez quando achamos que os outros são a plateia e nós os actores de uma cena  de infelicidade intensamente dramática. perde-se a lucidez quando nos repetimos em raciocínios circulares e nos ocupamos em pensamentos labirinticos aos quais perdemos o norte. perde-se a lucidez quando não sentimos para além do nosso corpo. perde-se a lucidez quando as memórias só servem para atormentar. perde-se a lucidez quando dimensionamos o futuro à medida da nossa dor.


terça-feira, 23 de agosto de 2011

domingo, 14 de agosto de 2011

aqui

aqui de onte estou
nossa cadeira
balança para o mundo
agita-o
serena-o
embala-me.

aqui de onde estou
nosso jardim
vejo nuvens escuras
definem-se
na linha do horizonte
fica lindo.

aqui de onde estou
numa aldeia
ouço
chocalho de vaca
que se afasta
com a voz do dono...
fica nostalgico

aqui de onde estou
tenho amores
diferentes
completam-se
enchem-me
fazem-me feliz.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Carta ao Pai Natal

Querido Pai Natal
Este ano vou pedir
Uma prendinha
Muito especial.

Não é preciso embrulhar,
É só dar:

Todos os dias da vida,
mesmo quando amuados,
zangados,
ou apenas desencontrados,
um beijo de despedida
e um beijo à chegada.

Um beijo que lembra
que eu sou "a tal",
que tu és "o tal",
é o que eu peço
de prenda de Natal.


(escrito em 09.12.2003)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

amor....

doçura....
vem do ar que respiras
do toque 
com que nos agracias,
da tua meiguice.

belo...
vem dos teus olhos
verdes,
expressivos
falam antes de ti.

feliz...
é o que sinto
ao pé de ti
vem-me de dentro
impelido por ti.

graça...
define-te,
sai-te dos poros
e repousa em nós 
como uma benção.

amor...
nasceu de ti
cresceu por ti
vive de ti
sou teu.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

pequenas coisas

pequenas coisas
fazem a vida
cheia, plena
confortavelmente amena
contigo,
só porque fomos os dois
pequenas coisas.

fomos parceiros
num sorriso
numa loucura
num sonho
adiado
concretizado
de pequenas coisas.

rimos, assim
divertidos
juntos
fizemos vida
fizemos amor
felizes...
de pequenas coisas.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

vem comigo

agastas-te, na vida
que recusaste,
vive-la...
teu olhar revela
a angústia
da obrigação
de a viver.

cansas-te
de estar nela
sofres nela
agustias-te nela
ocupas-te nela.
não vês o mar
não sentes a brisa
não cheiras a maresia
não te guias
pela curiosidade ingénua
de um olhar sem ver.

vives
em rotinas de actos
circulos de ideias
escondes-te nas nuvens,
na tuas nuvens,
ficas cega para o sol
que te sorri
e te convida
para o calor do verão
para a luz da primavera
onde as borboletas
saltam de flor em flor
e as cigarras te cantam
trovas de amor.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ser pai

Há coisas indescritíveis. Ter um filho é uma dessas coisas. Não é tanto uma questão de arte, mas de palavras e de semântica que exprima aquele misto de orgulho e felicidade intrínseca que se espelha em tudo o que vemos, sentimos, ouvimos e fazemos. É uma felicidade louca de boa que nos faz sentir o direito de fazer seja o que for para garantir amor e felicidade àquele bebé. Ser (sentir) pai é esta loucura apaixonada onde a nossa felicidade está no que fazemos para garantir o sorriso do filho. Esta descrição de um sentir quase neurótico é, porventura, a maior aproximação do sentir pai e que terá garantido a sobrevivência da espécie.

Engana-se quem pensa que isto só acontece com os bebés. Estes crescem e os pais sentem o mesmo. É como se uma parte do seu corpo crescesse autónoma. Não, não é bem isso, porque o amor, o cuidado e a nossa necessidade dessa parte (autónoma) é muito superior ao que de mais importante o nosso corpo tiver. É uma importância à parte que não se discute, somente é a nossa razão de viver.

Assim descrito ser pai parece um castigo. Porém, é a felicidade.

Ser pai é olhar para o filho, ver o futuro e sentir orgulho no amor que temos. Ser filho é olhar para o futuro onde o pai é sempre o passado.

Brindemos: "à nossa"

Um brinde. Tilintam os copos ao som melódico do "à nossa" sobre o fundo de um pôr-do-sol, real, pelo calor que se sente e pela luminosidade rasante que resplandece os líquidos das nossas taças e que pronuncia as formas dos nossos corpos. O teu rosto ganha um fascínio algo enigmático onde as sombras, nos diversos matizes, ganham um papel importante na leitura que faço das tuas expressões.

Levamos o copo à boca sincronizados numa vigia de quem deseja, acima de tudo, estar no ritmo, como se de uma dança se tratasse. Dou um gole grande que engulo devagar, refrescando-me, fecho os olhos prolongando o momento...

Perscruto-te no teu pensar, no teu sentir, na tua linguagem corporal que não se revela, indago o teu olhar que não se deixa prender no meu. Falamos sobre coisas mundanas evitando tomar partido, cingimo-nos a factos e não expomos as nossas interpretações. Falo sereno, dou-te tempo mantenho uma pose de braços afastados informando-te, secretamente, da minha disponibilidade para ser continente, seja qual for o conteúdo.

Vejo-te alinhada na perfeição da cabeça aos pés. Estes assentam no chão com aprumo, mantendo-te um bom apoio, apesar de estarmos sentados. Tua maquilhagem é perfeita, discreta e tudo está no sítio. Teu corpo, hirto, solta palavras e liberta sorrisos parecendo utilizar somente os músculos da face. Impressionante, nem a cabeça desalinha. Teus joelhos belos, compõem-se formosamente, repousando.

As tuas mãos movem-se em círculos e elipses, acariciam o copo, o tampo da mesa e acariciam-se uma à outra; não param. Desejo tocar-lhes explorar seu toque, indagar sobre a tua pele. Tento o toque casual - acidente - mas as tuas mãos coordenam-se na perfeição e não querem perturbar o espaço que vou ocupando em direcção a ti, ao alargar a minha pose. Falas, sorrio, mas não te ouço; sigo as tuas mãos.

Apanhei a tua mão direita com a minha esquerda. Consentiste, a resistência foi só inicial. Olhei-te nos olhos, vejo-os perfeitos, lindos, profundamente doces e quentes, não têm o gelo que esperava encontrar. Teu corpo agora é um arco para a direita. Tua cabeça agora inclinada e voltada para baixo revela outras linhas do teu rosto; recorte de queixo e implantação das orelhas; impõe que o teu olhar agora esteja erguido para mim. Meu corpo reage interiormente e tu sente-lo pelo meu toque.

Tua mão relaxa, e foge-me da garganta um pensamento: - "que linda ficaste". Ruboresceste de leve, desviaste o olhar por uma fracção de segundo e logo voltou mais brilhante. Continuamos falando de assuntos mundanos mas agora com emoção e sentimento. A conversa ganhou um outro sentido. A tua mímica alterou-se. Deixas uma mão repousando em mim e com a outra, enquanto falas, vais acariciando o teu rosto, tua orelha, teu pescoço insinuando-me como são belos e pulsantes. O teu peito agora tem movimentos respiratórios amplos e sinto o pulsar do teu coração nas tuas carótidas.

Arrisco aproximar-me de ti, sentando-me a teu lado. Escolho o direito para que nossas mãos atravessem nossos colos. Ajeitas-te no sofá para eu caber. Fascina-me a coreografia dos teus joelhos cruzando-se e as carícias que lhes dedicas com a tua mão esquerda.

O teu perfume é agora um odor doce e quente de um corpo que pulsa e que comunica, inclinando-se de leve para o meu. A tua expressão seduz-me e a luz rasante do pôr-do-sol dão-te uma luminosidade que indescritivelmente te adoça a expressão. A tua gargalhada... ouço-a, agora, mais doce.

Termino o gole e abro os olhos, ainda sinto o fresco a bebida correr-me pala garganta abaixo. Percebi que estive ausente, esboço-te um sorriso exteriorizando o prazer que senti com a tua companhia, sonhada. Entendes algo de diferente no meu sorriso mas não compreendes o quê. Continuamos conversando.

(escrito em 05.08.2011)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

acho que..

acho que gostas de mim
acho que não me esqueces
acho que te preencho todos os espaços
acho que te ocupo todos os sentidos
acho que me desejas sem fim
instalei-me no teu coração
onde repouso sem sossego
num palpitar doce
tecendo meu amor por ti

pensamento 1

amor é o que sinto por ti e me explode no peito, por me crescer no coração.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

assim me entrego a ti

tu és o poema da minha vida,
o teu olhar a poesia que me inspira
e a tua aura é o sopro de paixão
que me emociona de felicidade.
assim me entrego a ti.

1º encontro

Encontro
Pressinto teu odor
enfeitiçando-me
devagar.
Sussurro-te
ao ouvido
o sentir
que me ateias.
Aconchego-te
em meu regaço
saboreando
cada momento.