terça-feira, 29 de novembro de 2011

sms

Sabes que tem de bom este dia?
A tua presença. Ainda que não estejas no meu colo sinto-te comigo e entrego um beijo terno a esse sentir.

tédio

dói-me aquele lado,
desconfortável.
escrevo folhas internimáveis
palavras loucas, desalinhadas
perdidas e desencontradas
sem mensagem, sem texto
saem palavras,
expressão do desconforto
que não se entende
a vida o gerou
a vida não o compreende.
o tédio se instalou.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

penso em ti

amote, amando-te
encanto-me em silêncio,
sem falar.

mãe

quantas vezes me despedi de si. tantas que perdi o tino e não me sinto preparado para trocar mais um olhar de despedida.
por isso, agora, preciso de um abraço, do seu abraço com toque de colo e um murmúrio sereno que me acalma, fazendo-me sentir que tudo está bem.
aconchega-me a alma, encosto a cabeça e adormeço reconfortado.

sábado, 26 de novembro de 2011

pai

parabéns pelo aniversário, pelo desejo de viver e pelo respeito pela vida.
obrigado pelo sorriso que nos fez, pela satisfação de nos ver e pela alegria de estar connosco.
soube bem relevar as limitações e as dificuldades para lugares menos acessíveis da memória e disfrutar do dia de hoje.
lentamente, ficámos intimos; seu desejo concretizou-se.
aproveitamos cada bocado, assentámos rotinas para partilhar afectos e, lenta e discretamente, saboreamos a última oportunidade de darmos um abraço, um beijo e um carinho.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

sms's

Ele
Bom dia, espera-te um dia feliz e eu, feliz, espero-te, neste dia.

Ela
E passo o meu dia contigo no coração. AmoTe.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

pensamento 7

minha vida tresanda a algo que não sei. não sei se desconheço o cheiro ou se já me foi familiar. sei que tresanda, o que significa que não gosto, que me agonia, que odeio. concluindo, tenho um lado da minha vida que não gosto e não sei identificar qual, nem a razão deste não gostar.

assim se define a infelicidade.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

eterno momento

um dia zanguei-me
orgulho ofendido
amor frustrado
dorido pela mingua de carinho.
a vergonha nasceu
de mim, por mim, para mim
não distingui e ofendi-me
zanguei-me
num eterno momento.

meio cento de meiguices

exploro mundos desconhecidos, eventualmente proibidos. descobri solarengas brisas de um morno refrescante que me renovam na perspectiva e me rejuvenescem no pensamento. meu viver encontra sentido e a vontade perdida aproxima-se num desejo de vida e numa memória do futuro. reconheço-me lentamente no existir. reconheço-me na satisfação com que olho o dia e o passar lento das semanas. abraço o tempo e acaricio-o  pelo amor que lhe sinto e pelo bem-estar que me oferece, sem saudade. descomprometo-me e encontro o há-de vir, sem pressas, moldado pelo sabor do agora e afinado pelo sentido do desejo.

sinto uma mão entrelaçada na minha, apertando num doer confortável; desejo intrínseco de partilhar todas as dimensões da minha existência num murmúrio carinhoso e ternurento, abençoado no prazer de dar. amor sentido que havia esquecido, talvez desvanecido, esfumado este bom sentir enamorado.

meio cento de meiguices me tocam, humedecem-me o olhar e secam-me a garganta ao ver os que se sentam à mesa comigo oferecerem-me o lado doce da minha vida.