quinta-feira, 31 de maio de 2012

encantamento

disseste-te feliz
e qu'eu fora o culpado
crescido, inchado
senti-me vistoso
não coube em mim
dançou-me a emoção
com o pensamento
transbordou-me do corpo
um encantamento
sem início e sem fim
manter-se-á sem tempo
e ficará p'ra mim.

beijo

a força de um beijo
se apodera de mim
meu corpo absorto
se entrega sem fim
deixando-se exausto
rendido ao momento
em que o beijo me toca
em que o beijo se solta
e é beijo e mais beijo
à minha volta
com a boca no corpo
e o corpo na boca
o sabor do beijo
não esquecerei
sabor a amor
de um corpo que amei
de pele macia
onde me afaguei
em corpo e em lábios
quando te beijei.

floco de neve

um floco de neve
pairava pairava
voava no vento
como que dançava
forma cristalina
centenas de cores
deu c'uma menina
de bom coração
que ao ver o cristal
estendeu-lhe a mão.
sorriram-se os dois
e o floco poisou
quedou cintilante
e agora aquecido
derreteu-se, agradecido.
a água límpida
que banhou a mão
da menina linda
de bom coração
percorreu-lhe o corpo
num doce calor
chegou-lhe aos olhos
que se iluminaram
pareciam maiores.
levantou o olhar
agora radiante
quente e meigo
também cintilante
e sentiu-se pairar.

esta é a história
do floco de neve
frio, colorido e gelado
que gerou vida,
luz e calor
numa menina
com quem fez amor.

desejo

longe, bem longe
sei onde queres estar
longe de tudo
comigo
ao pé do mar.

terça-feira, 29 de maio de 2012

sublime

chegas no vento
pairas no ar
espreguiças-te nas memórias
reclinas-te no tempo
habitas-me o peito
depois...
vestida de brisa
roças-me a face
envolves-me o corpo
então me abraças
num calafrio
sorris e eu sorrio
beijas-me os olhos
que fecho, abençoando
meu existir.

beijo escondido

escondi um beijo
na ponta dum dedo
que te entreguei
como sem querer
ficou-te na mão
nem o sentiste
já não estou triste.
um dia saberás
quanto te amei.

meiguice

doce da minha doçura
fresco da minha frescura
carinho da minha ternura
ternura do meu carinho
beijos tenho milhentos
contados aos centos
que podes desfiar
até adormecer
ajeitada em ninho
onde te sentes bem
quentura morna de corpo
ardente de carinho
que te sopro no rosto
beijo a beijo,
beijinho a beijinho
contados aos centos
em número de milhentos.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

deixei-me ficar

bateram à porta
quiseram entrar
deixei-me ficar
pouco me importa
quem quer que fosse
que bateu à porta.
olhei para o fundo
onde o dia termina
perdi-me na luz
e deixei-me ficar.
chegaste-te a mim
pousaste-me um beijo
tocaste-me o rosto
e aquele sol posto
fez-se nascente
e deixei-me ficar
continuei a olhar
gostei de saber
que foste tu
quem bateu à porta.
ainda bem que entraste
e deixei-me ficar.

domingo, 27 de maio de 2012

quadra

ia memo, memo p'a saí
vem um cagalhão e diz
"ou me leva na casinha
ou visito seu nariz"

sexta-feira, 25 de maio de 2012

tu

tens um apaixonado
que rabisca versos
e tu és o meu mote
pleno.

meu beijo

mandei-te um coisa
sem forma nem cor
é a coisa mais linda
que enfeitei p'ra ti;
meu beijo de amor.

entrega

tudo o que de mim
partilho contigo
um lugar
um sorriso, um olhar
um gesto, uma carícia
um toque de amante
um beijo amigo
é devotadamente teu
impossível repartir.
nem com deus.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

bom...

o que me dizes
ouvi-o vezes sem conta
o que tens para me dizer
ouvirei até ao infinito
acredito.
faz-me bem, não me cansa
sossega-me, descansa-me
saber-te feliz, no amor
que dia-a-dia
entrelaças em mim
e me estendes
na forma de um olhar
de um suspiro
de um sorriso
e no desejo de me encontrar.

olhos nos olhos

teus olhos,
olhei-os
à distância de um beijo
ou de um sonho
não sei...
só me importa evocar
a força do teu olhar.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

à descoberta do rio

o rio partiu
levando consigo
as mágoas dos dias felizes
com as euforias dos dias tristes.
abalou sem encanto
sentiu-se um rio
partindo para algo maior.
surpreendeu-se ao descobrir-se
atravessado de pontes
amado por amantes
glosado em poemas
fundo de postal ilustrado
força de vida
pungente
reluzente de cores
fonte dos brilhos das flores
mote de declarações de amores.
viu-se pejado de barcos
deslizando agradecidos
por se sentirem enobrecidos
de poderem navegar.
um dia, perguntaram ao rio
como esperava ver o mar
o rio achou-se ressentido
daquele pobre perguntar.
é que a nobreza dum rio
está na felicidade
que emana no passar.
foi isto que aprendeu o rio
partido sem encanto
que se encantou viajando
e que um dia saberá
como será
chegar ao mar.


magia da poesia (ou... магия поэзии)

a poesia tem aquela magia capaz de tornar útil e de dar significado ao que de mais supérfluo, vago e vazio a vida tiver.
depois, nasce uma paixão que se revela pela alma e transborda do coração.
fica-se maior, melhor e mais bonito(a), percebe-se os deuses e compreende-se-lhes as limitações.

(ou... Поэзия есть волшебство, что может стать полезным и придать смысл тому, что является самым лишним, пустоты и пустой жизни у вас есть.
Затем приходит страсть, которая раскрывает избытка сердца и души.
один больше, лучше и красивее, видит и понимает, боги их ограничения.)

dançamento

apago-me, risco-me
numa folha de papel
rabiscos desordenados
alinhados
num esboço com o nexo
de um desenho rabiscado.
procuram, os riscos
forma de poema
mas a mensagem é pequena
magra e desajeitada
e a feição é nada.
assim me apago e me risco
nessa matriz de rabisco
coreografia de uma mão
que dança meu pensamento
ao ritmo do coração.

pensamento (ou... cogitationes)

temo um dia ficar um trocadilho, pelo simples facto de ser pronunciado com um trejeito qualquer.

(ou... vereor olim quidem continet ab ipso dici torquent cum omnino.)

pensamento (ou... σκέψη)

quando se bloqueia o pensamento é porque temos muito para dizer. então, parar e escrever será a melhor forma de comunicar.

(ou ...  μπλοκ, όταν η σκέψη είναι γιατί έχουμε πολλά να πούμε. τότε να σταματήσει και να γράψει είναι ο καλύτερος τρόπος για να επικοινωνούν.)

terça-feira, 22 de maio de 2012

mater gallina

hoje vou morrer
disse o galo para a galinha.
emudecida,
caminhou até ao fundo do galinheiro
despediu-se das amigas
olhou o poleiro
e partiu.
nunca mais ninguém a viu.

bom dia

o sol deseja-te
quer ver-te
precisa tocar-te
para sentir-se resplandecente
que vale a pena brilhar
só para te iluminar
o olhar.

sem palavras...

que dia aquele
que nasceu
e se fez meu
não porque o desejei
mas porque calhou
fez-se...
e eu deixei
o dia se estragou
e eu deixei
o dia se arrependeu
e eu deixei
o dia mudou o tom
e eu deixei
estranha forma de amor
aquela
em que me embrulhei
no final do dia
e eu deixei.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

menina linda II

escolheste-me
fizeste de mim vaidoso
assim me lembrarei de ti
que nunca mais te esqueci
ficaste no meu peito
onde guardo com carinho
cada pedacinho de vida
que me dás.

crepúsculo

quero morrer ao sol
num sítio à beira mar
sentir a brisa, passar
envolver-me o corpo
sentir-me beijar
marinha brisa, salgada
fará minha vida abençoada
é tudo o que vou desejar
numa tarde, ao pôr do sol.

menina linda

diz-me, menina linda
quem te fez mal
que te entristeceu
conta-me tua desgraça
conta-me que aconteceu
tudo está bem, vais ver
foi somente um bicho mau
que chegou
mas já fugiu
só porque olhaste p'ro lado
e o teu olhar sorriu.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

renascer

aí vou eu...
voando...
até ao fundo do mar
fundo, bem fundo
onde me encontro bem
escuro, leve e húmido
como num útero de mãe.
renasço, rebatizado
no oceano profundo
dum mergulho sublime
embala-me a crista da onda
benze-me a espuma do mar
faço-me criança adulta
ganhei ingenuidade
por isso amo e odeio
sorrio só por sorrir
e olho só por olhar.

hoje

hoje
sinto-me um furação
de caneta na mão
transformando
a brisa em ventania
a moinha em chuvaria
anulando meios termos
brincando com os extremos.

paixão

apaixona-me
o que na vida
ganha força de mote.

busca

corro para a escrita
porque preciso respirar
escrevo mais e mais
sem fim
como rabiscos de mim
onde procuro
textura, luz e cor
onde redefino o belo
pelo sentimento
pela emoção do momento
onde me sossego
contemplando a brisa
enquanto escuto os segredos
que tem para me revelar.

alma de poeta

não creio seja poeta
e quanto ao que escrevo
não creio seja poesia
embora o sinta
com ritmo, cor e harmonia.
preciso deste ato,
a ele me entrego
por ele vivo e desato
amarras de pensamento
estados de alma
momentos de intensa magia
formas bêbedas de alegria.
que feliz eu seria
se sentisse como poeta
e escrevesse poesia.

porque escrevo

o que tenho para dizer
arde-me
solta-se num ímpeto
vagido de vida
que componho pela escrita
dou-lhe a forma de poema
para sentir
que minha vida tem poesia.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

cidade em dia cinza

onde estou, de volta
chegado do abandono
vejo a vida passando
rua fora, calcorreando
descalça de tudo
para que sinta nos passos
o áspero do chão
sem que se ouça
sem que a ouçam.

onde me sento, pressinto
o odor desodorizado da vida
caído de corpos apressados
tensos, hirtos
fardados de nada
alinhados na moda
correndo, correm
sem que os vejam
sem que se toquem.

de onde medito, constato
sorrisos no olhar, perdidos
"bons dias", esquecidos
vejo faces sem rosto
olhos baços
em máscaras bafientas
de atavios idênticos
que passam cinzentas
na rua contaminadada de nada.

pergunto
pela vontade da cidade
pelo sorriso da gente
pelos olhares cruzados
pelo barulho do povo
pela cumplicidade
respondem-me
ficaram no tempo dos avós
agora trabalhamos
e andamos sós.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

silêncio

arrepia-me o silêncio
desta beira-mar
onde ondas se espraiam
ondulantes e caladas
sem que se ouçam espumar
fez-se silêncio, fez-se mudo
este bocado de mar.
algo me esconde
algo não quer dizer
sempre nos confessámos
partilhámos segredos salgados
aclarámos húmidos rumores
falámos de nossos amores
lavámo-nos as consciências
e agora não me sente
e agora fez-se calar.
eu deixei de o sentir
e agora não ouço
meu velho amigo
feito de ondear.


vida

um dia sentimos
que nos esvaímos
a vida faz-se a nós
e desfazemo-la
pela indiferença
com que nos sentamos nela.

vida boa, vida amada
faz-se desejada
como o verde primaveril
o quente do verão
a colheita outonal
ou a neve no natal
como o sorriso do maior amigo
e o beijo do mor amor.

quando perdemos os sentidos
da vida ficamos esvaídos.

fragrância de um sonho

a fragrância com que me chegas
tem a ânsia de me encontrar
contrasta com a fragrância
que sinto do teu estar
o mimo em que me embebo
tão doce e meigo, o teu olhar
depois... me esqueço
e acordado, adormeço
pensando em ti
só para te sonhar.

...

hoje musiquei-te
dei-te os sons que gosto
assentes no improviso
aparente
tal como as palavras
que te ofereço
me surgem
ditadas por leis
que desconheço.
hoje musiquei-te
porque a alma também se ouve.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

amigo

é bom sentir-te amigo
revigoro-me
nos pensamentos
que nos adivinhamos
nas piadas não faladas
na simples troca de olhar
que nos faz rir, sorrir,
viver e sonhar
e sem mais nada
deliciamo-nos neste estar
sem segredos
que nos enche o peito
onde guardamos
aquele abraço
que um dia iremos trocar.

se eu pudesse...

se eu pudesse
tocava-te de mansinho
falava-te com carinho
contava-te o que esqueço
sentava-me em teu colo
procurava teu ombro
encontrava teu peito
e para meu deleite
terias para mim
aquele beijo na testa
no rosto e nos lábios
e eu enrolada
cresceria de apaixonada
em ti aninhada
e num longo abraço
far-te-ia meu.
seu eu pudesse...
agora...
tocava-te de mansinho
falava-te com carinho.

domingo, 13 de maio de 2012

sentido da poesia

ATO I
vesti-me de velho e vi-me ancião
meu corpo falhou-me, tremeu-me a mão
em meu pensamento senti a razão
gritavam para mim, rostos sorridentes
desautorizavam-me e condescendentes
ignoraram-me as falas, o olhar e os sentimentos
o meu importante ficou irrelevante
a minha vida... senti-a vazia.

ATO II
nasceu-me um desejo, ter a sabedoria
para mostrar o sentido da poesia
que um dia tivemos estampada no olhar
de onde nos brotava a imaginação
que vida dos factos fez desaparecer
fazendo-nos sentir que era o crescer.
os factos da vida irão demonstrar
que sem poesia a vida não sente
não haverá amor, não haverá gente
e jamais haverá mar.

sábado, 12 de maio de 2012

pensamento

quando olhamos em frente e vemos estrelas, por mais escura que esteja a noite, sentimo-nos guiados.
se olhamos em frente e só encontrarmos a luz forte do sol agarrando-nos o rosto, apesar da claridade, estaremos perdidos e jamais saberemos onde pisamos.
que não nos ofusque a nossa a clarividência.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

eu, búzio

sinto-me um búzio
pelo meu jeito retorcido
como ele sou comedido
naquilo que revelar
só em segredo, ao ouvido
conto os enigmas do mar
não sou muito colorido
mas sou duro e emproado
faço-me apreciado
quem quiser fazer-se ouvir
me agarre com carinho
ali me dê um beijinho
e redefiniremos o troar.

búzios do mar

sonhei-nos
conchas do mar
búzios coloridos
que o tempo fez polidos
que o artista decorou
vi-os iluminados
luz interior, suave de alma
que ilumina discretamente
quem se descobre e revela
na limpidez do olhar.

à beira-mar

morarei à beira-mar
aí desejo ficar
na praia
aquele lugar
onde água e areia se encontram
se enrolam e rebolam
se voltam e revoltam
descobrindo-se, felizes.
assim se faz a praia
à beira-mar
onde solto meu olhar
deixando, querendo
se perca
procurando-nos
em manhãs ensolaradas
caminhando abraçados
de mãos dadas
almas cheias
e sentidos entregues
a nós e ao presente.

terça-feira, 8 de maio de 2012

mão nua

estou nu
ou melhor
gostaria de estar
despido, desnudado
entregue à vida
sem dores de crescimento
sem frio no corpo
na alma e no coração
agora
que minha mão se esvaziou.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

a chuva, a criança e o adulto

não é a chuva
que faz o dia triste.
as crianças adoram tocar-lhe
brincam felizes.
o dia é o mesmo
a chuva também.
algo medonho
aconteceu à criança feliz
que se tornou
num adulto tristonho.

destino

olhei-te nos olhos
vi-os cristalinos
mirei-te mais fundo
toquei tua alma
tão meiga, tão calma
apaixonei-me...
partilhamos destinos
agora pressinto-te
na luz do dia
no fresco luar
nos passos que a rua
tem a passar
nos nacos de vida
onde encosto o olhar.

domingo, 6 de maio de 2012

ana mãe

ana nossa.
ana do mar.
ana do sol, do verão e da primavera.
ana de pulos, das danças e da brincadeira.
ana dos risos e das gargalhadas.
ana dos meninas e dos meninos.
ana das carícias e dos carinhos.
ana dos sorrisos sedutores.
ana dos mil amores.
ana dos bons amigos a quem consagras os sentidos e os fazes apreciados.
ana, também paulinha, só para ficar queridinha da mãe, das tias e dos primos.
ana mãe de meninos que te entregam naquele beijo o prazer terno de te amar
e num gesto subtil te oferecem mil mimos para que não esqueças,
ana mãe, quem são os teus meninos.
ana amor és a maior.

tudo o que quero de ti

é de amor
tudo o que quero de ti
amor perfeito
que jardinas no peito
o teu sorriso lindo,
feliz
o teu olhar mimado
que me mima
tua voz que me anima
no timbre apaixonado
como canta meu nome
me faz arrepiado
sonhando em teu regaço
conforto de amores
aconchegado
sonhando, sonhando
acordado
beijando, beijando
enquanto beijado.

sábado, 5 de maio de 2012

tudo o que guardo de ti

é de amor
tudo o que guardo de ti.
pensamento terno
calafrio bom
doce recordação
teu perfume de corpo
sabor de um beijo
saudade e desejo
mão na mão
em aperto dorido
apertado de bom
sentir que é um dom
teu olhar carinhoso
longo, interminável
rosto no rosto
um mimo infindável
abraço profundo
aperto, apertado
sem fim
os dias felizes.

tudo o que tenho para ti

é de amor
tudo o que tenho para ti
sentido doce, do meu estar
carinho na mão
onde seguro teu corpo
meu beijo na testa
meu toque de amor
meu desejo enamorado
meu sonho acordado
despertado por ti
um beijo
que guardo
para te oferecer
no sonho
com que nos sonho
namorando num areal
longo perder de vista
uma manhã ensolarada.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

mãe

mãe minha
minha mãe
mãe de todos
simplesmente mãe
fez-me abençoado
pelo estado de graça
de ser seu filho
simplesmente filho
com uma grande saudade
de brincar às cócegas
e aos beijinhos
brincadeiras de carinhos
de ouvir as cantorias
com que adormecia
de ouvir uma história de fantasia
e os dois sorríamos
de olhos nos olhos
como hoje fazemos
e só nós sabemos
e entendemos
o olhar daquele sorrir
que bom que é
e o mundo fica nosso
mãe minha
minha mãe
seu filho.

mensagem, saudade e amor

a tua saudade faz o meu amor sentir-se correspondido.
então, sorri de feliz e planta em mim uma saudadezinha que vai crescendo, crescendo, por ti e para ti.

anjo da guarda

vejo-te doce
sabes-me bem
vejo-te bela
ficas-me bem
tua lágrima límpida
dói-me no fundo
teu sorriso lindo
pula-me para o mundo
de braços abertos
vou-te abraçar
meu anjo da guarda
estarei a sonhar?

quinta-feira, 3 de maio de 2012

terça-feira, 1 de maio de 2012

primavera

mês de abril terminou feliz. chuvoso e vaidoso por ter valido a pena ser vivido.
fez jus à tradição e banhou-se de mil águas, preparando-se para receber a primavera. defende com esmero a sua posição de primeiro mês inteiramente dedicado à estação das prímulas.

mesmo no final, por artes mágicas, abril lembrou-me porque não se pode parar de olhar a primavera, talvez para a contemplar e a sentir: como nos entra pelos poros, pelos ouvidos e pelos olhos e nos faz pular o coração. de tão vigorosa, não se consegue mesmo parar de olhar para a primavera que, pejada de pássaros e de flores, harmoniosamente arranja os matizados de sons, cores e odores para se alindar. que linda fica. que frescura.

também, com a primavera chegam as crianças felizes, tateando o sol, e sorridentes escolhem princesas para viverem na imaginação, deleitando-se em conversas infindáveis, quer pela natureza, quer pela cumplicidade. e a primavera, sem saber, é e será sempre a escolhida, na forma de uma princesa, porque é essa a sua natureza. por isso o faz, o diz e o sente a ingenuidade sábia de criança.

eis a razão pela qual primavera estarás sempre no meu jardim, do lado feliz do meu sentimento. eis a razão, primavera, pela qual também eu não sei parar de te olhar...