segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013

pois...
e o ano novo chega
este sob o signo do revés
viver-se-á
com o espírito combatido
inevitável travessia
de lés a lés
que passe depressa.

sábado, 29 de dezembro de 2012

novo ano

o novo ano que chega
tem a alegria da esperança
tem o desejo de ser bom
de quem aspira fazer feliz
a avozinha e a criança
a cidade e o país.

o tempo

descansou, o tempo
ainda que sem parar
fora do ritmo cansa, pensou
então tique taqueou
como sempre fizera
ventaneou, ensolarou
brilhou, acinzentou
choveu e enevoou
desta vez repousado
descansando
no ritmo ritmado
que sempre tivera
tique taqueando
do verão à primavera.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

paixão

se hoje fosse meu último dia
amar-te-ia ainda mais, desesperadamente
como quem agarra a última oportunidade
de se fazer feliz.

acontecer

escrevi-te nos sonhos
dormia, acordava
sonhava, vivia
um sonho
vivido
e fiz-te uma ideia
a que chamei magia
juntei-te os factos
e as palavras talhadas
nasceste poema
que li e reli
depois retoquei
fizeste-te de mim
por ti eu cresci
em ti eu amei...
ai se amei...
então nossas almas
foram partilhadas
ficaste poesia.

caminho

para onde me levas
caminho
que piso, que passo
percorro
para onde me levas
surdo que és
te fazes e me ouves
confidências perdidas
para onde me levas
trauteias
os sons da manhã
sorris-me no dia
desvendas-te à noite
para onde me levas

sem norte, sem astros
sem vento
faço-te caminho
dia após dia
para onde me levas

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

.

é! hoje é natal
como nos restantes dias
é bom que hoje façamos natal
só isso
que hoje façamos natal

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

pensamento

os sonhos, por natureza, são cristalinos e confessam a nossa pureza.

história de um sonho

era uma vez um sonho
que me rondava, rondava
um dia, rondava-me o sonho
no momento em que eu acordava
espreguiçei-me bem forte
o mais vigoroso que pude
estiquei-me, agarrei o sonho
que trouxe para o amanhecido
sorriu-me, foi amável comigo
e não me achou rude
explicou-me mais tarde
que há muito por mim esperava.

agora como somos amigos
ele mora em minha casa
agora que nos damos os dois
voamos nas suas asas.
agora cresceremos juntos
e teremos uma vida sem fim
este é o sonho dele
um dia, confessou-mo a mim.

sonho ou carpe diem

sonhei que sonhava
acordado e estava
na praia
onde se encontra com o mar
procurei uma história
indaguei o tempo
como se tratava de um sonho
não tive de encher o momento.
então deixamo-nos estar...
eu, a praia e o mar.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

história sem palavras

escreveremos nossa história sem palavras
porque de silêncios nos fizemos
entregues ao sentido que nos gerou
e aos sentimentos em que nos criámos
nascidos que somos de nós mesmos

descrever-nos-emos com os olhos
pelos olhares
coloridos, meigos, doces, garridos

desenharemos carinhos em nossos corpos
bailados de cisne coreografados à pena
em caligrafia de poemas de amor

pronunciaremos mudas palavras
deslumbrar-nos-emos com nossas bocas
gesticulando os beijos que desejamos

teremos uma história escrita nos dias
guardada em memórias
daquelas que geram sorrisos
que só nós entenderemos
cumplicidades de apaixonados

pensamento

o que nos é dirigido
pertence-nos, é feito de nós
pouco importa onde nasceu
a mão que o fez
ou quem o pensou
não importa por onde viaje
nem os lugares que percorra
é, simplesmente, um pouco de nós
algures no mundo

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

transmudação

e se eu escrevesse sobre ti?
sim, sobre ti que me lês
de palavra em palavra
procurando um sentido
aquele que a tua curiosidade
vai desvendando
oh! se vai...
adoro essa tua curiosidade
alimenta-me 
é que alimento-me do sentido
aquele que sentes 
e o que me dás
sim, porque és tu quem me dá sentido
a partir do que sentes
somos companheiros 
de uma viagem
que iniciamos conhecidos
e acabaremos amigos
ainda que nunca mais nos vejamos.
sinto, porque agora eu também sinto
que te surpreendi
ao propor-te leres-me de ti
e ter a ousadia
de te surpreender
que os dois nos fazemos
pelo método de ler.

fado

ouvi-te numa música
peguei-te na mão
que beijei
em cada palavra
da canção saudade
dancei-te nos braços
aperto abraçado
de peito fervente
ah! que abraço tão quente
e forte de nosso
e rodamos
e rodamos
num eterno rodar
e a música tocou
e nunca acabou
ficou no ar...
ainda te danço
no nosso abraçar

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

pensamento

por vezes...
amamo-nos tanto
que nos odiamos mais

olhar ilícito

olhei-te demoradamente
quis sentir-te próxima
por isso te olhei sem que soubesses
quis assim
pude ler teus pensamentos
nos movimentos com que desfolhavas
teu livro ou tuas recordações
li aquele teu sorriso impercetível
que guardas, sem esconder, no canto dos lábios
e que faz a minha felicidade
é delicioso sentir-te sorrir
emerge em mim uma paz interior
como uma bolha
que se expande do centro do corpo
num movimento ondulante
redondo como teu peito
que se move ao ritmo pulsante da vida
teus pensamentos são de paz
julgo, na serenidade do entardecer
iluminado pelo sol refletido dos teus joelhos
que te alumia o rosto
de um tom de candura
bem demarcado
da ilicitude do meu olhar demorado.

inspiração

não passa um dia
em que não pense em ti
na tua ausência
vejo teus olhos
sinto teu sorriso
saboreio nosso beijo
fresco, meigo, carnudo
solto um pensamento
prenhe de ternura
tamanha doçura
carinhos de namorados

simetria

vida
por mais que te esforçes
hoje, insatisfazes-me
insatisfaço-me, hoje
por mais que me esforce
eu

domingo, 16 de dezembro de 2012

dança de árvore

teu corpo de árvore
dançando, balanceando
envolta no vento
ventarolando uma melodia
forte como a paixão
tem força e tem folia

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

feliz natal

a todos desejo a felicidade de apreciar o bom que este natal vos proporcionará.

a todos me sinto profundamente reconhecido pelo tempo que me dedicaram, ao ler os escritos deste blog.

abraço amigo,

assim...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

conta-me uma história

conta-me uma história
pedi-te
precisava ouvir tua voz
contaste-me de ti
falaste-me de mim
desvendaste-nos
sem princesas nem fadas
revelamos encantamentos
do sentido, do arrepio
...teu tom de voz
quente, carinhoso...
conta-me uma história

até logo

só mais uma vez...
cruzamos olhares
apressados
chocamo-nos num beijo
tocamos as mãos
que arrastamos, pelos corpos
devotos
sussurramos a despedida
ainda apressados
num ciclo de tempo
um pestanejar
"só mais uma vez..."
grita a saudade
precoce
a despedida que se interrompe
de tão esbatida
algo nos puxa para o exterior
adeus...
sendo um até logo
parece um adeus.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

embaraço

perguntaste-me porque te amava
tentei responder-te, sem convicção
expliquei "porque sim"
embaracei-me no teu olhar
e articulei um "amote", o melhor que pude
ainda sorris.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

teus olhos

parei naqueles dias
quando teus olhos existiam sorridentes
porque só assim existiam
e lá fiquei,
foi por isso que para lá caminhei
e deixei-me ficar
contemplando teus olhos quentes, felizes
outra vez sorridentes
pequenos mas imensos
como imenso é o sentido, de sentir
e profundo o sentimento
gerado e crescido neles, por eles
teus olhos quentes
ainda pequenos e mais sorridentes
desafiando o meu gostar
como poderia eu não te amar?

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

despedida

a manhã chovia copiosamente
de chuva só e persistente
triste como a multidão
chorava, a manhã
porque se ia a companhia
que se perdera
entre a noite e a madrugada

depois a chuva amainou
e aflorou um raio do sol
como um esgar de sorriso
na despedida forçada

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

pensamento

há dias que o dia não conhece
nem reconhece
nem quer reconhecer

há dias que o dia não esquece
embora erija uma prece
para que se venha a esquecer

pensamento

sinto-me cheio demais para escrever
muitos pensamentos, muita informação
muita confusão...

pensamentos soltos

deus fez-nos à sua imagem
e nós fizemo-lo à nossa medida

deus ensinou-nos a amar o próximo
e nós aproximamo-nos do que amamos

sábado, 1 de dezembro de 2012

remorso

quebra-se a promessa, desfaz-se
desaparece o que amamos
sem magia; por maldição
vai crescendo o ressequido
e a alma faz-se tição.