terça-feira, 15 de novembro de 2016

continuando

todos os tropeços
são almas que rosnam
não te inquietes
nunca te culpes
recorda, já passou, a tua mãe
afaga o beijo que te acariciou

de súbito

o de anuncia a eminência
que o inesperado pode ter
pontua de previsível, talvez

explica-se o nem sempre da surpresa
sendo esta um asseio
se se procura resposta a piropos
que  de súbito – são-no
todavia, esperados
criam lugar ao espanto
até justificam a estranheza

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

azul de azuis

encanta-me o azul das folhas
tingidas desta estação
um azul de árvore fosse
de azuis que o não são

têm um fundo de céu
juntam um toque de chão
uma pinta verde cor de verão
se os verões fossem verdes
de azuis que o não são

mas o azul das folhas é
luz que morde a atenção
límpida como o ar 
tem a frescura do mar
tão livre como o pairar
cadenciando ao pulsar azul 
do coração em azul peito
se os peitos fossem
azuis que o não são