terça-feira, 31 de maio de 2011

se eu pudesse...

chegaste, olhaste-me e foste embora. nada mais.
deixaste-me desassossegado, amargurado por causa do teu partir. o resto fez-me bem; guardei a tua aparição e o teu olhar e acomodei-os na minha colecção de coisas boas que tão minuciosamente guardo e cuido.
o teu partir é que não suporto porque já não sei como te ter, como te preservar. deixaste-me sem uma zanga maltrapilha. pura e simplesmente foste. de quando em vez anuncias-te para que não me esqueça que existes que fomos grandes companheiros, inseparáveis talvez. o talvez faz-me agora todo o sentido porque nos afastámos e continuas-me alheia, tão alheia que já quase não consigo voltar a imaginar-me contigo.
fazes-me falta, vontade, força da minha vida.
se eu pudesse tu serias o meu único desejo.

sina

amote, linda
cor da minha esperança
querote, morno
aconchego da minha alma
desejote, ternura
gesto que terminas em mim
conforto da minha vida
precisote, olhar
brilho colorido deste dia
serei teu, regaço
fonte do meu existir

amote, linda
querote, aconcehego morno
desejote, ternura
precisote, olhar
serei teu
porque é este o meu viver

Ai, que dia

murchou o dia
que nasceu reluzente
nem está frio
nem está quente
está enevoado
tem um ar de enjoado
este dia
quem diria
que este tempo se faria
sem sabor
sem luz, brillho e calor
um dia
sem nascente
nem ocaso
um dia sem valor
que se arrasta
em cada momento
que passa
que não deixa memória
é uma dia sem história
como muitos outros
dias da minha vida
que se adia
dia-a-dia...
sem parar

segunda-feira, 16 de maio de 2011

vou-me embora

Ai que alívio seria se agora pudesse simplesmente desaparecer, esfumar-me sem rasto como se nunca tivesse existido. O cansaço dá isto e a vida também cansa. Desaparecer é sem dúvida a forma mais agradável de viver o cansaço de ter uma vida que não se vive mas simplesmente sobrevive.

Depois vamos ficando realistas e desaparecer não é opção disponível, pelo menos da forma desejada, assim: pum! já está!

Sobreviver ou...

Vou-me embora que não gosto disto que me está acontecer....

quarta-feira, 4 de maio de 2011

pensamento

A minha vida deambula entre paixão e depressão, sem dialética, repisando-se insistentemente nos mesmos factos e erros que deixam como rasto as letras que escrevo para alinhar ideias, sentimentos e emoções que germinam estes textos.

"Afunda-se o barco que navega sem rumo".

segunda-feira, 2 de maio de 2011