quarta-feira, 2 de outubro de 2019

a mulher azul invadiu o recinto de
futebol. vibrou deliciou-se
ninguém lembra se usou palavrões

os homens que eram
os donos daquele festival prenderam-na

de azul imolou-se
e não mais faltará a um jogo

sobre o sol

pende uma luz
no inverno da cozinha escura
a lareira encarvoada
trempe, panela de ferro e
o sopro encardido
da mulher que governa a casa

o bichano vigia
o fogo preguiçando
cheiro a lenha
a granito a fumo enegrecido
a caldo que sabe a borralho
à luz da lâmpada gasta
pendente
acesa, ali, única
como o sol