sexta-feira, 23 de março de 2018

alimento
a profunda angústia para escrever
impossibilidades que vão em mim
o desassossego de as tornar possíveis
as ânsias de as encarar
desenhei voos como os sentia
brisas e suaves em cor maresia
a borboleteei no tom de jardim
bulindo fora e dentro de mim

quarta-feira, 21 de março de 2018

galgar

o verbo dos galgos
da braveza do mar
da folia do brincar
da coragem a esbanjar
da extravagância do rio
da cobiça de vencer
do ímpeto de uma lebre que foge de morrer
de um galgo que tudo galga atrás dela a correr

segunda-feira, 19 de março de 2018

quando eu morrer será amanhã.
a luz apagar-se-á solene

mirarei a sala sem desejar ir

deixarei o murmúrio do público
entrando na noite lá fora

e pairarei, como eu gosto