sexta-feira, 14 de setembro de 2018

que tomas nesse cabelo ao vento
ideias leves
sonhos de esvoaçar
abrigo ventos e outras suavidades
vendavais

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

ficar assim
ausente
em dormente estado
olho cerrado
como a repousar
e sentir pairar
viver a paz
ensaio da morte
ainda de ninguém
e que não me peçam
para ir a além

ouve-me

ouve-me
e desperta o dia
sem que acorde deste murmúrio de ser

inclinou-se
o tempo já não chega de raspão
entra e sai a pique
fende muros e corpos
ofende olhos e janelas
decepa almas e ilusões

ouve-me
não te inquietes
deixa o gato preguiçar no melhor lugar
toma-lhe esse prazer sem desejo
preserva  esse tesouro
breve, porém eterno
as árvores
aqueles seres que parecem pássaros
brotam ninhos
como flores
e se cobrem de verde cor de penugem
tocam o chão
e sendo árvores
voam ao tempo
como os pássaros
balanceando
o voo perpétuo
das aves
que sendo seres do céu
e quase árvores
habitam as árvores desde dentro
que se viu parecerem pássaros

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

aquela que em seus ais
amachuca o rosto entre mãos amargas
por destino

tem esperança.
trá-la ao peito
no sorriso invisível de um pensamento.

não é poesia
o que a leva ao mar
nem há versos em vento,
sal e espuma, só perdimento.

e perdida se cumpre


* inspirado em sophia de mello breyner andresen; aquele que partiu