terça-feira, 26 de abril de 2016

é de azul onde te sentas
e os sonhos onde descansas teus pés

teu olhar de folhas verdes hoje tem flores
teu sorriso em bando tem o recorte do voo

fechas os olhos
e o dia suspende-se

há um cisne em teu pensamento

segunda-feira, 18 de abril de 2016

alguns, no desassossego,
alaram cavalos e os fizeram brancos,
fosse qual fosse a cor, era importante
que resplandecessem.
há um ideal ligando leveza e força a graciosidade
no movimento e a reluzente:
a ideia de luz emanando do íntimo é
uma ideia poética, e voa por meios próprios.

terça-feira, 12 de abril de 2016

sempre me despedi da vida
fui despedindo
desalojando de mim o que não gostava
o sem importância
o supérfluo
sempre foi assim
sempre fui assim
sempre tive dificuldade em convivier com o desinteressante
e sempre sendo assim verifico
que me tornei enjeitado de mim mesmo
este é o meu trajeto segredo
uma sinusóide que sempre pareceu reta
como todas as despedidas

quarta-feira, 6 de abril de 2016

como dizem e o como escrevem é artifício
como sentem é onde germina a arte

o odor onde residem as memórias
tem fundo de gaveta e pó de prateleira
tem escuro de guarda-fato

no debulhar de um álbum
as fotos acenam aos dedos
e estes acorrem
sedentos
ao bulício de reencontro

há uma espécie de magia linda
no assomar das memórias
de entre névoas e mofos com aroma
a pó-de-arroz e bolas naftalina