sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ontem saí daqui

Ontem saí daqui. Foi uma lufada de ar fresco. Resultou num arejamento de ânimo. Se continuar assim vou até ao fim do mundo e torno a vir numa abrir e fechar de olhos. Agora vejo como esta mesa de trabalho me abolorece e definha. Preciso de gente, de falar de discutir coisas novas, totalmente fora da mesmice e longe da rotina. Estou farto do cheiro a gabinete e à burocracia fedorenta. Estou farto.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Tu, minha alegria

Alegria minha, procuro-te...
estás no cruzamento do teu olhar com o meu
que bom, sorrio morno...
já posso ir trabalhar
ou brincar
porque estou aos pulos
como uma criança.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A MORTE

A morte tem-me tocado. Aparece difusa e sombriamente assinala a sua presença. Só para que eu não me esqueça. Terror, sinto eu, pensando que devo preparar-me para ela... nas várias facetas que pode tomar.

Um dia vai levar-me alguém ... . Ficará a vaga recordação de um retalho da minha vida.

Pode anunciar-se a um amigo. Imagino transplantes como contributo meu para manter a minha vida linda sorridente, acarinhada pelo olhar e pelo sorriso de cada um deles.

Pode levar-me alguém de quem sempre planeei não perder, pela lógica da ordem natural - biológica. Entro em pânico e só consigo imaginar um sistema de troca. Acabo por ser sempre eu a morrer. Ver um filho morto é a pior forma de morrer; penso, sinto e dói-me...

Pode chegar à minha metade; direita, pela indispensabilidade. A outra metade não vai saber sobreviver, será o caos... ou o vazio, não consigo decidir... nem vale a pena porque o desânimo já cá está.

Concluo, sentindo que o toque da morte no ombro - é assim que o vejo - pode ser o melhor dos cenários, embora me veja no "além" apreciando o dia-a-dia de cada um. O que me chateia mesmo é não poder comunicar com eles. Se o fizesse estaria a assombrar-lhes a vida.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

AMOTE

Sinto-me arrebatado de amores e tu estás aí. Isso é bom. Aí, não sei muito bem onde, mas estás e isso é bom.
Posso mandar-te um sms, uma teclada de msngr ou até um pensamento com um grito AMOTE e isso é bom: acalma e aquece, enternece e fica o desejo de um mimo, miminho, um aconchego assim juntinho. Tão juntinho que o AMOTE perde o hífen que aparece ali só para afastar o autor do seu sentimento. E eu quero tudo juntinho, assim como tu sabes.
Continuo sem caber em mim, extravasa-me este sentimento, jorra como uma enchente. Se aparecesses cá abraçar-te-ia até perder o fôlego, pularia até perder a euforia e terminaria aconchegando-te, aconchegando-me, tocando o teu hálito em cada mimo, criando um intimo nosso, muito nosso, intimamente nosso... sem hífen.
Não estás aqui... aí vai um sms, AMOTE. É bom.