i
teu olhar pousou em mim
senti
mantive os olhos fechados
recusando acordar
era esse o meu sonho.
ii
uma borboleta interrompeu-nos
seguimo-la, fantasiando
de flor em flor, sorrindo
era a nossa forma de amar.
iii
interrompeu-me, o silêncio
quando já não havia mais nada em que pensar.
iv
banhada de medos
a alma encolhe-se
encardida de tanto pavor.
v
por amor te aninhas em meu colo
confortas-te, reconfortas-me
sinto que gostas do meu amar.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
tarde de domingo
lembra-me uma tarde
era domingo
perdemo-nos num abraço
sentados na amurada da ria
enquanto convivíamos em silêncio
porque essa era a forma de nos amarmos
naquele momento
e comemoramos com um beijo
depois outro abraço...
inesquecíveis de tão simples
tão importantes.
era domingo
perdemo-nos num abraço
sentados na amurada da ria
enquanto convivíamos em silêncio
porque essa era a forma de nos amarmos
naquele momento
e comemoramos com um beijo
depois outro abraço...
inesquecíveis de tão simples
tão importantes.
letras
de todas as letras que escrevi
recordo cada uma, como filhas
as que foram geradas no calor da paixão.
as outras, juntaram-se em palavras
foram bandos, rodas, canteiros
pedaços de melodias
quiseram-se histórias contadas em dias
que se fizeram maiores.
perpetuaram-se
os dias, as palavras e as letras
amo-as, todas fizeram-me assim...
recordo cada uma, como filhas
as que foram geradas no calor da paixão.
as outras, juntaram-se em palavras
foram bandos, rodas, canteiros
pedaços de melodias
quiseram-se histórias contadas em dias
que se fizeram maiores.
perpetuaram-se
os dias, as palavras e as letras
amo-as, todas fizeram-me assim...
melodia
repara que melodia
junta a natural doçura do mel
com a vida do dia
aprecio, agora, a doçura
e a melódica harmonia
como pintalgas minha vida.
junta a natural doçura do mel
com a vida do dia
aprecio, agora, a doçura
e a melódica harmonia
como pintalgas minha vida.
namorar à beira-mar
marulhava, o tempo, à beira-mar
que adoçamos com um encosto de corpo
conforto morno, quente de gente
carinho de pele em ternura de amante.
partimos, fugindo, divagamos no tempo
em silêncio, sem cumplicidade
sentados na amurada
acompanhando pensamentos distantes
coloridos de sonhos.
estivemos connosco, íntimos
de nós e de cada um
descobrimo-lo
quando nossos olhares se cruzaram
e revelamos num beijo
o desejo e o prazer de nos beijarmos
e o regalo de estarmos ali.
que adoçamos com um encosto de corpo
conforto morno, quente de gente
carinho de pele em ternura de amante.
partimos, fugindo, divagamos no tempo
em silêncio, sem cumplicidade
sentados na amurada
acompanhando pensamentos distantes
coloridos de sonhos.
estivemos connosco, íntimos
de nós e de cada um
descobrimo-lo
quando nossos olhares se cruzaram
e revelamos num beijo
o desejo e o prazer de nos beijarmos
e o regalo de estarmos ali.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
evocação
de tudo o que hoje me disseste
me esqueci
recordo
o sentido de cada uma das tuas palavras
os preguiçosos movimentos dos teus olhos
o calor do teu abraço
o toque terno dos teus lábios
e o hálito morno de cama do teu beijo
quando me declaraste amado
é o que recordo do dia de hoje
e o que reviverei ao adormecer.
me esqueci
recordo
o sentido de cada uma das tuas palavras
os preguiçosos movimentos dos teus olhos
o calor do teu abraço
o toque terno dos teus lábios
e o hálito morno de cama do teu beijo
quando me declaraste amado
é o que recordo do dia de hoje
e o que reviverei ao adormecer.
domingo, 28 de outubro de 2012
olhos fugidos
fugiram-me os olhos
encontrei-os detidos nos teus
namoravam
narravam uma história de amor
que não teve início
e sentem-se bem.
vê-se nos olhos.
encontrei-os detidos nos teus
namoravam
narravam uma história de amor
que não teve início
e sentem-se bem.
vê-se nos olhos.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
a cor do olhar
leva-me os olhos
o olhar que te dedico
por te serem consagrados, meus olhos
meus olhares transbordam o colorido
que semeias em minh'alma.
o olhar que te dedico
por te serem consagrados, meus olhos
meus olhares transbordam o colorido
que semeias em minh'alma.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
cor de mar
mar
cor de movimento
espelho do sol, reluzente
dourado, prateado
azul, verde de mar
branco de espuma
de onda batida, espraiada
que embalou marinheiro cansado.
cor de movimento
espelho do sol, reluzente
dourado, prateado
azul, verde de mar
branco de espuma
de onda batida, espraiada
que embalou marinheiro cansado.
murmúrio
mar
sentido
voz do íntimo
sussurro de água
murmúrio de deus
cântico de sereia
brado de náufrago
grito de gaivota
afeiçoei-me a ti
àquele batido de onda
como pronuncias meu nome.
sentido
voz do íntimo
sussurro de água
murmúrio de deus
cântico de sereia
brado de náufrago
grito de gaivota
afeiçoei-me a ti
àquele batido de onda
como pronuncias meu nome.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
introspeção
descrever-me-ia, se pudesse
escrever-me-ia de nada
silêncios de palavras invisíveis
mudas do sentido da emoção
pelo desconforto que teria
de emocionar-me comigo mesmo.
escrever-me-ia de nada
silêncios de palavras invisíveis
mudas do sentido da emoção
pelo desconforto que teria
de emocionar-me comigo mesmo.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
desterrado
na despedida
fugiram as lágrimas
brotaram da juventude, lá
onde não se pode esconder a tristeza
aquela que chega da partida
sem retorno, só de ida
despejado de um país
despojado de uma vida
todos os dias sonhada.
partiu, deixou a mágoa
que trocará pela saudade
de que hoje é companhia
se algures for regressado.
a tristeza de um povo
envergonhado deste dia.
fugiram as lágrimas
brotaram da juventude, lá
onde não se pode esconder a tristeza
aquela que chega da partida
sem retorno, só de ida
despejado de um país
despojado de uma vida
todos os dias sonhada.
partiu, deixou a mágoa
que trocará pela saudade
de que hoje é companhia
se algures for regressado.
a tristeza de um povo
envergonhado deste dia.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
domingo, 14 de outubro de 2012
as cores das pétalas
são brancas de rosa as pétalas que repousam, aguardando-te
no caminho do sonho em que viajas entregue aos teus desejos.
resplandecem-te pela brancura que te reconhecem, alva
como teus anseios, tuas vestes e teu sorriso.
teu sonho faz-se nosso porque o desejaste
e crescemos amantes, coloridos nos sentidos.
as pétalas brancas de rosa fizeram-se de vermelho
forte como a paixão, profundo como o sentimento, nosso
quiseram-se de rosa como o carinho e a sensualidade
que exalas e despertas em mim
e de amarelo como o virtuosismo, a jovialidade e a alegria que soltas
no sonho com que passas levemente como a brisa
sobre as pétalas de rosa que te aguardam no caminho
para se colorirem para ti
por nós.
no caminho do sonho em que viajas entregue aos teus desejos.
resplandecem-te pela brancura que te reconhecem, alva
como teus anseios, tuas vestes e teu sorriso.
teu sonho faz-se nosso porque o desejaste
e crescemos amantes, coloridos nos sentidos.
as pétalas brancas de rosa fizeram-se de vermelho
forte como a paixão, profundo como o sentimento, nosso
quiseram-se de rosa como o carinho e a sensualidade
que exalas e despertas em mim
e de amarelo como o virtuosismo, a jovialidade e a alegria que soltas
no sonho com que passas levemente como a brisa
sobre as pétalas de rosa que te aguardam no caminho
para se colorirem para ti
por nós.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
braços de rios
entrelaçamos os braços
e nos enleamos
assim nos abraçamos
com os braços nos irrigamos
como rios
sangue corrido, aquecido
fluido de amor
pelos braços nos demos
nos braços nos temos
em abraços navegamos
por rios de paixão maior.
e nos enleamos
assim nos abraçamos
com os braços nos irrigamos
como rios
sangue corrido, aquecido
fluido de amor
pelos braços nos demos
nos braços nos temos
em abraços navegamos
por rios de paixão maior.
os rios
os rios
não nascem no mar
não partem do mar
não procuram o mar
os rios
não têm destino.
os rios
são vida a passar
são calma do navegar
a revolta pela condicionante
os rios
desejam ser mote de amante
ser a inspiração maior
os rios
sentem ser este o seu tino.
não nascem no mar
não partem do mar
não procuram o mar
os rios
não têm destino.
os rios
são vida a passar
são calma do navegar
a revolta pela condicionante
os rios
desejam ser mote de amante
ser a inspiração maior
os rios
sentem ser este o seu tino.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
unificação
serei teu
como os dias vividos
mais teu que o teu sorriso
porque serei teu
mesmo quando não quiseres
mesmo que eu não queira
porque nos fizemos impregnados
do amor
que nasceu de nós.
como os dias vividos
mais teu que o teu sorriso
porque serei teu
mesmo quando não quiseres
mesmo que eu não queira
porque nos fizemos impregnados
do amor
que nasceu de nós.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
contemplação
vi-te no mar
estavas no jardim
as ondas eram calmas
suaves, as cores
havia flores
havia flores
o vento era o mesmo.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
enlevo
quando adormeci
já tinha acordado para o sonho
aquele em que me inebrio
por ti, em ti
como se não tivesse havido mais nada.
já tinha acordado para o sonho
aquele em que me inebrio
por ti, em ti
como se não tivesse havido mais nada.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
pelo canto do olho
pelo canto do olho
procurei um amigo
fugi de um conhecido
me entrou um mosquito
me engordou a lágrima
que teimava.
pelo canto do olho
tornei-me distraído
fiquei importante
e quando dei por ela
no canto do olho
guardava a remela
onde esteve o mosquito
e a lágrima engordou.
pelo canto do olho
construí meus silêncios
antecipei desavenças
mudei a história
antes de corar
aquela da remela
do mosquito parado
da lágrima engordada
pelo canto do olho.
explorei o mundo
sempre defendido
sempre resguardado
canto abençoado
dedicado à remela
ao mosquito apanhado
à lágrima redonda
gorda de crescida
no canto do olho
onde foi parida
por o canto do olho
ser um modo de vida.
procurei um amigo
fugi de um conhecido
me entrou um mosquito
me engordou a lágrima
que teimava.
pelo canto do olho
tornei-me distraído
fiquei importante
e quando dei por ela
no canto do olho
guardava a remela
onde esteve o mosquito
e a lágrima engordou.
pelo canto do olho
construí meus silêncios
antecipei desavenças
mudei a história
antes de corar
aquela da remela
do mosquito parado
da lágrima engordada
pelo canto do olho.
explorei o mundo
sempre defendido
sempre resguardado
canto abençoado
dedicado à remela
ao mosquito apanhado
à lágrima redonda
gorda de crescida
no canto do olho
onde foi parida
por o canto do olho
ser um modo de vida.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
anjo da guarda
acompanha-me a tua ausência
não estou só
tenho comigo a saudade
minha companhia, sempre
recordando-me
que tenho um anjo da guarda.
não estou só
tenho comigo a saudade
minha companhia, sempre
recordando-me
que tenho um anjo da guarda.
outono
chegou o outono
morno, morno, morno
como o sol, o odor e o café
como os amarelos, acastanhados, avermelhados
como os frutos maduros, risonhos, melados
como as compotas, em mornos potes
carinhos doces de mãe, tias, avós
família, amigos, aconchego
chegou o outono
morno, morno, morno
gostoso de bom.
morno, morno, morno
como o sol, o odor e o café
como os amarelos, acastanhados, avermelhados
como os frutos maduros, risonhos, melados
como as compotas, em mornos potes
carinhos doces de mãe, tias, avós
família, amigos, aconchego
chegou o outono
morno, morno, morno
gostoso de bom.
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