terça-feira, 16 de novembro de 2010

Porque te escrevo?

Porque te escrevo?
Estou em pânico, sabes? Desconheço o sentido da minha vida... e o que descortino não entendo nem consigo lá chegar. Agarro-me aqui e ali, esforço desmesurado de um náufrago que teima em sobreviver. Está em pânico. Estou em pânico. É isso!

Assim se faz uma vida... agarro-me aqui e ali e é esse o meu destino. É para lá que vou, com o incerto e acidental ramo a que me agarrei. Chego ao fim da semana feliz por esta ter passado, fardo pesado de uma existência indesejada e odiada até.

Marasmo de vida. Tocas-me fundo e impedes-me de viver. Amordaças-me o pensamento, abafas-me a voz, manietas-me os movimentos e sufocas-me a respiração. Matas-me um pouco em cada dia. Eu sobrevivo, em pânico, mas sobrevivo.

Antevejo o meu futuro e canso-me. Já sinto nos ossos o cansaço que há-de vir, mas sorrio e tento agradar à vida. Sorrio. Vejo em cada amigo um aconchego, bom, mas não abuso. Aprecio os seus olhares e os seus sorrisos. A sua presença aquece-me e faz-me bem. Já não me lembro da semana que passou.

A minha família acha-me louco - transtornado - dizem.

Só, é o meu nome do meio. Pânico, o meu estado.

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