quinta-feira, 5 de junho de 2014

incompreensível estado de ser feliz

o desconhecido era a arte que nos unia
o caminho que pisávamos com a satisfação de saltar nas poças
éramos crianças de olhos arregalados no horizonte
o sol nunca se punha e estava lá, sempre
de sorriso feito para nós
éramos piratas, dos bons, éramos pessoas heróis
éramos grandes, sem sabermos
que a nossa grandeza era ser o que éramos
e nem sabíamos o que éramos
sabíamo-nos felizes, e bastava
é-se feliz quando basta a felicidade para o ser
(feliz)
o sol ainda se detém no mesmo lado
seu sorriso permanece redondo de perfeição
hoje, temos a nostalgia de um passado feliz
e a felicidade, vinda não se sabe de onde
— não há mal nisso, sorri-me o pensamento
na verdade, que o que habita em nós não vem da lado nenhum
está lá!
o desconhecido de ser-se feliz, porque se é
razão intensa da felicidade em nós.
acontece passar a nostalgia; uma mirada complacente de-nós-para-nós
com esboço de sorriso colhido nos lábios e na ausência dos olhos

Sem comentários:

Enviar um comentário