tu estás aqui
abrigas-te na sombra deste candeeiro
o sol do dia nos dói na pele e na alma
da noite precisamos para nos olharmos
de olhares abrigados
tu estás aqui
entraste no laivo de sol
espremido pela fenda da portada
aguardas-me cúmplice
nós que do dia queremos a noite
escutamos-lhe os passos
e o sussurro sibilante de que se faz o silêncio
tu estás aqui
ensaias um voo negro entre as nuvens cravadas no teto
um bolor antigo que o canto encerra e o escuro alimenta
tu que não partes
eu que te deixo ficar
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