sexta-feira, 10 de abril de 2015

a fantasia das palavras

todas as palavras têm sexo
depois do género.
todas as palavras fornicam
ininterruptamente
não suspendem a depravação
de serem o que são. enleiam-se
sem se acotovelarem
desmandam-se no verso
e gritam esparramadamente.
a fúria contínua entranha-se
tomando as palavras que se penetram
viciadas. oh deus!
que derrame, que desalinho
que desordem
se funde fecunda e gera.

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