quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

apontamento para escrever algo

há uma fábula em cada leitura e uma moral em cada história;
há gente em todas as espécies do reino animal;
há animais que rezam e outros que são deuses e alguns alheiam-se;
há minerais que falam sempre mais alto;
há flores, que sendo flores, nascem monstros,
matam e devoram e alimentam-se de corpos e são belas
de um quase romântico;
uma boa história tem todos as personagens que conseguirmos ler e
brincam a tudo o que pudermos entender;

a cada poema nasço mas nunca renasci;
ir além é desobedecer ao rigor do prefixo re;
cada síntese é uma síntese;
o poema é uma história de uma vida inteira e
os versos assinalam passagens;
as estrofes são promontórios de onde se contempla
o balançar das vírgulas, meu respirar é desigual;

não sei nada de morte e sobre a morte nada sei;
sinto que morro, quase sempre, e resisto: vivo do pensar diálogos,
fundo minimalidades até nascer e meu vagido está no olhar;
quando nasço recuso o ponto final;
o que jorra flui e o destino não o quer saber a fonte

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