quarta-feira, 20 de julho de 2016

ares da beira-mar

o marulho deste mar tem
ondas pequenas, chegam e
enrolam-se nas pedras às risadinhas

vejo as pedras hilariarem-se pelo contorno
das ondas e pelos banhos de salpicos

foliam duas formas da mesma realidade

ao largo, as ondas são mais
vigorosas: enormes roncadoras como
fossem soltas de longa clausura
ou
empurradas por força maior
que desconhecem

provirão da agitação dos peixes
pujantes no bater de barbatanas e
nos jorros de água que expelem de guelras arejadas
ou
ainda, serão coisa de sereia:
sabe-se que instigam o mar
que ondula a voz de água e sal
em melopeia de encanto, se matiza
a aragem, cantando

a realidade tem uma presença de vento
toma todas as formas, até as mais invisíveis

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