i
sobre o casario estira-se a sombra
cobre o volume de cada coisa
há um modo embriagado de tomar o tempo,
aos tragos, sentindo-o no corpo
há o esvoaçar dos pássaros, libertador,
trespassa a sombra a golpes de asa e eleva-se
ao casario
em cujo ventre os dias habitam miudezas
ii
as cidades são de um respirar ofegante
correm pela pressa de chegar
geram o burburinho da partida que preenche e
apazigua os ruídos do próprio corpo
encobre a internalidade do dia, desodoriza
e o ar corre inodoro sensabor
impaciente, a cidade estende-se
devorando o tempo, imune aos esvoaços
e ao quebrantar da sombra
interpretando a criatura que a zelará
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