a força da abnegação
ler-se-á na corrente do rio a forma
como tende a árvore que
sobre o rio pende
quinta-feira, 20 de dezembro de 2018
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
ao católico
todo o caminho leva a uma cruz: um braço longo que continua, outro para a esquerda e mais um para a direita; sugere-se que possa optar e acaba, sempre, escolhendo a cruz
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
quarta-feira, 5 de setembro de 2018
ouve-me
ouve-me
e desperta o dia
sem que acorde deste murmúrio de ser
inclinou-se
o tempo já não chega de raspão
entra e sai a pique
fende muros e corpos
ofende olhos e janelas
decepa almas e ilusões
ouve-me
não te inquietes
deixa o gato preguiçar no melhor lugar
toma-lhe esse prazer sem desejo
preserva esse tesouro
breve, porém eterno
e desperta o dia
sem que acorde deste murmúrio de ser
inclinou-se
o tempo já não chega de raspão
entra e sai a pique
fende muros e corpos
ofende olhos e janelas
decepa almas e ilusões
ouve-me
não te inquietes
deixa o gato preguiçar no melhor lugar
toma-lhe esse prazer sem desejo
preserva esse tesouro
breve, porém eterno
as árvores
aqueles seres que parecem pássaros
brotam ninhos
como flores
e se cobrem de verde cor de penugem
tocam o chão
e sendo árvores
voam ao tempo
como os pássaros
balanceando
o voo perpétuo
das aves
que sendo seres do céu
e quase árvores
habitam as árvores desde dentro
que se viu parecerem pássaros
aqueles seres que parecem pássaros
brotam ninhos
como flores
e se cobrem de verde cor de penugem
tocam o chão
e sendo árvores
voam ao tempo
como os pássaros
balanceando
o voo perpétuo
das aves
que sendo seres do céu
e quase árvores
habitam as árvores desde dentro
que se viu parecerem pássaros
terça-feira, 4 de setembro de 2018
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
aquela que em seus ais
amachuca o rosto entre mãos amargas
por destino
tem esperança.
trá-la ao peito
no sorriso invisível de um pensamento.
não é poesia
o que a leva ao mar
nem há versos em vento,
sal e espuma, só perdimento.
e perdida se cumpre
* inspirado em sophia de mello breyner andresen; aquele que partiu
amachuca o rosto entre mãos amargas
por destino
tem esperança.
trá-la ao peito
no sorriso invisível de um pensamento.
não é poesia
o que a leva ao mar
nem há versos em vento,
sal e espuma, só perdimento.
e perdida se cumpre
* inspirado em sophia de mello breyner andresen; aquele que partiu
terça-feira, 7 de agosto de 2018
comunhão
olha, soletra a cor do mar e diz
o que sentes, essa metamorfose
de chamar de dentro o que é de fora
para ser nosso e a nossa essência
...
que simultaneidade maravilhosa
o que sentes, essa metamorfose
de chamar de dentro o que é de fora
para ser nosso e a nossa essência
...
que simultaneidade maravilhosa
quarta-feira, 20 de junho de 2018
terça-feira, 15 de maio de 2018
quinta-feira, 10 de maio de 2018
eutanásia
o que de nós perpassa
é o gume frio do orvalho lúcido da manhã
ou o entardecer embalado pelo rumor do dia?
ontem recortávamos bonecos de papel
que desdobrámos pelas janelas. a casa era nossa e
a alegria pertencia-nos.
o jardim corre (ou corria?) para nós,
toma-nos para uma roda. e abandonámos a mão...
os olhares não urdem
nada.
é outono. a folha cai sem significado.
ao gelo da madrugada responde o adormecimento.
entardece invernoso e escuro.
o horizonte hoje não veio.
é o gume frio do orvalho lúcido da manhã
ou o entardecer embalado pelo rumor do dia?
ontem recortávamos bonecos de papel
que desdobrámos pelas janelas. a casa era nossa e
a alegria pertencia-nos.
o jardim corre (ou corria?) para nós,
toma-nos para uma roda. e abandonámos a mão...
os olhares não urdem
nada.
é outono. a folha cai sem significado.
ao gelo da madrugada responde o adormecimento.
entardece invernoso e escuro.
o horizonte hoje não veio.
segunda-feira, 7 de maio de 2018
teu nome
teu nome
escreve-o 3 vezes
lê-o 3 vezes
ouve-o, escutando-te
3 vezes, soletra-o
corre-o de trás para a frente
e no inverso
se zoar íntimo
teu nome será
escreve-o 3 vezes
lê-o 3 vezes
ouve-o, escutando-te
3 vezes, soletra-o
corre-o de trás para a frente
e no inverso
se zoar íntimo
teu nome será
a palavra
a palavra em si mesma é inacabada
o som que perpassa dá-lhe íntimo.
no verso suspende-se, a palavra viva
brinca, paira.
no poema a palavra enche prenhe
a cor e forma.
a leitura corre tonalidades
de onde despontam primaveras.
claro, isto são dizeres de
imperfeições suspensas
pendentes de intimidades
talvez fecundas, como as estações
o som que perpassa dá-lhe íntimo.
no verso suspende-se, a palavra viva
brinca, paira.
no poema a palavra enche prenhe
a cor e forma.
a leitura corre tonalidades
de onde despontam primaveras.
claro, isto são dizeres de
imperfeições suspensas
pendentes de intimidades
talvez fecundas, como as estações
segunda-feira, 9 de abril de 2018
sexta-feira, 6 de abril de 2018
glossário ainda sem título
nascer
a imortalidade em ideia
o voo ao futuro
imortalidade
tédio como modalidade
inalcançável
ideia
explosão na vacuidade
a luz
o estrondo
eureka
se germina é inodora
insonsa e insonora
voar
a arte de pairar
batendo asas
ou não
futuro
uma probabilidade
em que se acredita
escrita com efe ou fê
como fé
poemar
sem tempo
reformar o sentido para sentir
voar de pés na terra
voar nos pés da terra
a imortalidade em ideia
o voo ao futuro
imortalidade
tédio como modalidade
inalcançável
ideia
explosão na vacuidade
a luz
o estrondo
eureka
se germina é inodora
insonsa e insonora
voar
a arte de pairar
batendo asas
ou não
futuro
uma probabilidade
em que se acredita
escrita com efe ou fê
como fé
poemar
sem tempo
reformar o sentido para sentir
voar de pés na terra
voar nos pés da terra
sexta-feira, 23 de março de 2018
quarta-feira, 21 de março de 2018
galgar
o verbo dos galgos
da braveza do mar
da folia do brincar
da coragem a esbanjar
da extravagância do rio
da cobiça de vencer
do ímpeto de uma lebre que foge de morrer
de um galgo que tudo galga atrás dela a correr
da braveza do mar
da folia do brincar
da coragem a esbanjar
da extravagância do rio
da cobiça de vencer
do ímpeto de uma lebre que foge de morrer
de um galgo que tudo galga atrás dela a correr
segunda-feira, 19 de março de 2018
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018
monólogos
– de que lado me olhas?
– como se fosse sábado
– gostava que me visses domingo
– sábado é o início e o auge
– domingo é a solenidade
– e domingo é cansaço
– e o descansar
– acordar de ressaca
– domingo tem o entusiasmo da roupa nova, a festa e...
– gosto de partir ao sábado e deixar o domingo para reparar
– vês-me sábado?
– queres-te domingo?
(silêncio)
– acho que o lado esquerdo me favorece mais...
– como se fosse sábado
– gostava que me visses domingo
– sábado é o início e o auge
– domingo é a solenidade
– e domingo é cansaço
– e o descansar
– acordar de ressaca
– domingo tem o entusiasmo da roupa nova, a festa e...
– gosto de partir ao sábado e deixar o domingo para reparar
– vês-me sábado?
– queres-te domingo?
(silêncio)
– acho que o lado esquerdo me favorece mais...
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
sonho com os dias
abertos à luz, simples,
de coisas belas como os voos,
essas aragens frescas e
rodopiantes.
à pedra, talha-a a água inquieta
nem sempre pura
afiada de macieza e convicção
de envolver envolvendo-se.
dizer é um compromisso
convicto de envolvência.
à sombra inaudível da palavra
o impronunciável responde surdo,
em gesto vago
sumido e rouco de coisa cansada.
abertos à luz, simples,
de coisas belas como os voos,
essas aragens frescas e
rodopiantes.
à pedra, talha-a a água inquieta
nem sempre pura
afiada de macieza e convicção
de envolver envolvendo-se.
dizer é um compromisso
convicto de envolvência.
à sombra inaudível da palavra
o impronunciável responde surdo,
em gesto vago
sumido e rouco de coisa cansada.
e o dizer morre
ainda antes de nascer
terça-feira, 30 de janeiro de 2018
segunda-feira, 22 de janeiro de 2018
sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
terça-feira, 9 de janeiro de 2018
é manhã
as ruas correm, sem esvaziar,
para as vielas, adentram portas,
um corrupio de frenesins, onde pára a quietude?
para as vielas, adentram portas,
um corrupio de frenesins, onde pára a quietude?
Subscrever:
Mensagens (Atom)