dos pássaros leio o voo
tento aprender o voar
da verdade bebo a inocência
imagino-me saber dizer
da utopia tomo o desejo
apurei a ambição de tocar-lhe
..., pairo para voar
ouso o silêncio para não calar
persigo a lua pelo luar
sexta-feira, 13 de dezembro de 2019
gostaria de poder contar-vos a alegria
de cujo desejo me queima nas veias
gostaria de ler-vos um poema
declamar-vos aromas
a chá, a canela e a flores
e àquela coisa de um sorriso que
felicita e engrandece o momento
gostaria de assobiar-vos a melodia
do pairar
do voo de pássaro
do deslumbramento pelas coisas simples
e das coisas simples
de cujo desejo me queima nas veias
gostaria de ler-vos um poema
declamar-vos aromas
a chá, a canela e a flores
e àquela coisa de um sorriso que
felicita e engrandece o momento
gostaria de assobiar-vos a melodia
do pairar
do voo de pássaro
do deslumbramento pelas coisas simples
e das coisas simples
sobre nós, levantei-me
a madrugada corria
fora e dentro deste quarto
onde nos contemos
janela virada a poente
para lá nos convergem os olhares
lá a paisagem que procuramos
ao lado do armário
onde se arrumam atavios
quais generais empoeirados
encaramos o dia ao espelho temendo
o abandono da glória
e desejamos a morte
a madrugada corria, levantei-me
fora e dentro deste quarto
onde nos contemos
a madrugada corria
fora e dentro deste quarto
onde nos contemos
janela virada a poente
para lá nos convergem os olhares
lá a paisagem que procuramos
ao lado do armário
onde se arrumam atavios
quais generais empoeirados
encaramos o dia ao espelho temendo
o abandono da glória
e desejamos a morte
a madrugada corria, levantei-me
fora e dentro deste quarto
onde nos contemos
quarta-feira, 2 de outubro de 2019
sobre o sol
pende uma luz
no inverno da cozinha escura
a lareira encarvoada
trempe, panela de ferro e
o sopro encardido
da mulher que governa a casa
o bichano vigia
o fogo preguiçando
cheiro a lenha
a granito a fumo enegrecido
a caldo que sabe a borralho
à luz da lâmpada gasta
pendente
acesa, ali, única
como o sol
no inverno da cozinha escura
a lareira encarvoada
trempe, panela de ferro e
o sopro encardido
da mulher que governa a casa
o bichano vigia
o fogo preguiçando
cheiro a lenha
a granito a fumo enegrecido
a caldo que sabe a borralho
à luz da lâmpada gasta
pendente
acesa, ali, única
como o sol
quarta-feira, 10 de julho de 2019
sexta-feira, 24 de maio de 2019
quarta-feira, 13 de março de 2019
poema das banalidades
sofrer banalidades
o enlaço molesta
o abraço dói
o que no peito pulsa
é aflição
que o sorriso aquieta
há um brilho baço
esse olhar que não muda
penumbra da solidão
corre a vida na janela
pula ágil entra nela,
ver-se passar onde não pode sair
piruetas na origem do vento
o enlaço molesta
o abraço dói
o que no peito pulsa
é aflição
que o sorriso aquieta
há um brilho baço
esse olhar que não muda
penumbra da solidão
corre a vida na janela
pula ágil entra nela,
ver-se passar onde não pode sair
quinta-feira, 17 de janeiro de 2019
manhã
a manhã a primeira a chegar
é reboliço
puxa as barbas ao sol que se levanta
de um ímpeto só a caminho do meio dia
a manhã incita
o bocejo e o alarido de alma
chega a luz antes dela
rompe o chilro antes do pássaro
finca-se o imperativo
desatende-se o gerúndio
esse filho da tarde
é reboliço
puxa as barbas ao sol que se levanta
de um ímpeto só a caminho do meio dia
a manhã incita
o bocejo e o alarido de alma
chega a luz antes dela
rompe o chilro antes do pássaro
finca-se o imperativo
desatende-se o gerúndio
esse filho da tarde
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
sobre
i
coisas sobre as quais diria insignificâncias
que nunca digo sobretudo porque
sendo insignificantes não o são in facto
estrebucham sobre tudo e calam
qualquer coisa que pudesse ser dita
ii
sobre é
uma forma: contorno que aparenta ser
diâmetro – a linha que atravessa o centro,
aquele ponto minúsculo de imaginação
de onde partem raios
onde se formam ângulos
que sobre não tem – é uma forma de
contorno impreciso
coisas sobre as quais diria insignificâncias
que nunca digo sobretudo porque
sendo insignificantes não o são in facto
estrebucham sobre tudo e calam
qualquer coisa que pudesse ser dita
ii
sobre é
uma forma: contorno que aparenta ser
diâmetro – a linha que atravessa o centro,
aquele ponto minúsculo de imaginação
de onde partem raios
onde se formam ângulos
que sobre não tem – é uma forma de
contorno impreciso
Subscrever:
Mensagens (Atom)