sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ser pai

Há coisas indescritíveis. Ter um filho é uma dessas coisas. Não é tanto uma questão de arte, mas de palavras e de semântica que exprima aquele misto de orgulho e felicidade intrínseca que se espelha em tudo o que vemos, sentimos, ouvimos e fazemos. É uma felicidade louca de boa que nos faz sentir o direito de fazer seja o que for para garantir amor e felicidade àquele bebé. Ser (sentir) pai é esta loucura apaixonada onde a nossa felicidade está no que fazemos para garantir o sorriso do filho. Esta descrição de um sentir quase neurótico é, porventura, a maior aproximação do sentir pai e que terá garantido a sobrevivência da espécie.

Engana-se quem pensa que isto só acontece com os bebés. Estes crescem e os pais sentem o mesmo. É como se uma parte do seu corpo crescesse autónoma. Não, não é bem isso, porque o amor, o cuidado e a nossa necessidade dessa parte (autónoma) é muito superior ao que de mais importante o nosso corpo tiver. É uma importância à parte que não se discute, somente é a nossa razão de viver.

Assim descrito ser pai parece um castigo. Porém, é a felicidade.

Ser pai é olhar para o filho, ver o futuro e sentir orgulho no amor que temos. Ser filho é olhar para o futuro onde o pai é sempre o passado.

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