é tão bom
quando te encostas a mim
assim... ficando
embalando, embalando
doce quente de amor
terno sabor
embalando, embalando
assim...
é tão bom
quando te encostas a mim
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
amigos
amem-se, apaixonem-se
chorem e riam-se
gargalhem... sem tempo
zanguem-se
treinem o prazer e venham-se
regressados de tempos idos,
felizes de passar.
vejam-se e revejam-se
fantasiem-se de esperança
pelo desejo de ser, querer, ter...
de amar
ou simplesmente de estar.
daqui, de onde vos amo
apaixono-me
pelo sol dos vossos sorrisos
ofusco-me
no brilho dos vossos olhares
embebedo-me
com a vossa companhia.
nada mais interessa
sem pressa
quero estar por aqui.
chorem e riam-se
gargalhem... sem tempo
zanguem-se
treinem o prazer e venham-se
regressados de tempos idos,
felizes de passar.
vejam-se e revejam-se
fantasiem-se de esperança
pelo desejo de ser, querer, ter...
de amar
ou simplesmente de estar.
daqui, de onde vos amo
apaixono-me
pelo sol dos vossos sorrisos
ofusco-me
no brilho dos vossos olhares
embebedo-me
com a vossa companhia.
nada mais interessa
sem pressa
quero estar por aqui.
vida minha
gostaria de entender-te
de te fazer entender
que todo o errado
tem um certo
e toda a virtude
abolorece
é assim que acontece.
que fazer?
simplesmente viver!
de te fazer entender
que todo o errado
tem um certo
e toda a virtude
abolorece
é assim que acontece.
que fazer?
simplesmente viver!
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
fealdade na doença
Fui ao médico e, enquanto envelhecia na sala de espera, dei-me conta que estava rodeado de pessoas feias, feias mesmo, do pior que há. Aperaltadas com as melhores roupas, próprio de quem tomou banho e vai ao doutor, mas intrinsecamente feias. Não percebi porquê.
A tristeza e a fragilidade da doença, pensei. A doença faz com que as pessoas fiquem tristes e este estado pode explicar porque as pessoas se sintam e fiquem feias. Contudo, pode-se ser triste e lindo. Lábios e sobrolho descaídos podem ser explorados e suscitar sentimentos de compaixão e carinho e constituírem-se numa performance altamente sedutora e provocando desejo de aproximação. Mas não era este o caso. As pessoas eram feias e causavam repulsa.
A angústia, aduzi. A angústia da doença, do sofrimento, eventualmente, a angústia da morte ou até a angústia por se ter tomado a consciência que se tem fragilidades. Mas a angústia de uma criança não a torna mais feia. Antes pelo contrário, pegamos-lhe ao colo por impulso e protegemo-la. Aquelas pessoas tinham algo que provocava asco.
Egoísmo, encontrei, finalmente. Era aquele egoísmo próprio de quem está doente e acha-se mais doente que os outros, pelo que têm prioridades e direitos infindáveis, sem que haja espaço para os outros e para as respectivas necessidades. Aquelas pessoas tinham estampado no olhar o instinto de fera, aguardando o momento em que podem ultrapassar o parceiro para chegar à frente do outro. Era isto que as fazia feias.
Eram pessoas sem espaço para a solidariedade, cheias do egoísmo mais egocêntrico que possa encontrar-se. O olhar delas não tinha nem inspirava compaixão só o pacóvio sentimento que a sua dor é sempre superior à dos outros.
As roupas novas assentavam-lhes como fardas. Vestiram-se, pentearam-se e expressaram-se como fardados que tinham uma missão: ser atendidos à frente de quem quer que fosse, esgrimindo o seu estatuto de doentes, para se tornarem importantes. O que não entendem é que são doentes por isso mesmo.
(a propósito da consulta de 2012.01.12; 17-18:30h)
A tristeza e a fragilidade da doença, pensei. A doença faz com que as pessoas fiquem tristes e este estado pode explicar porque as pessoas se sintam e fiquem feias. Contudo, pode-se ser triste e lindo. Lábios e sobrolho descaídos podem ser explorados e suscitar sentimentos de compaixão e carinho e constituírem-se numa performance altamente sedutora e provocando desejo de aproximação. Mas não era este o caso. As pessoas eram feias e causavam repulsa.
A angústia, aduzi. A angústia da doença, do sofrimento, eventualmente, a angústia da morte ou até a angústia por se ter tomado a consciência que se tem fragilidades. Mas a angústia de uma criança não a torna mais feia. Antes pelo contrário, pegamos-lhe ao colo por impulso e protegemo-la. Aquelas pessoas tinham algo que provocava asco.
Egoísmo, encontrei, finalmente. Era aquele egoísmo próprio de quem está doente e acha-se mais doente que os outros, pelo que têm prioridades e direitos infindáveis, sem que haja espaço para os outros e para as respectivas necessidades. Aquelas pessoas tinham estampado no olhar o instinto de fera, aguardando o momento em que podem ultrapassar o parceiro para chegar à frente do outro. Era isto que as fazia feias.
Eram pessoas sem espaço para a solidariedade, cheias do egoísmo mais egocêntrico que possa encontrar-se. O olhar delas não tinha nem inspirava compaixão só o pacóvio sentimento que a sua dor é sempre superior à dos outros.
As roupas novas assentavam-lhes como fardas. Vestiram-se, pentearam-se e expressaram-se como fardados que tinham uma missão: ser atendidos à frente de quem quer que fosse, esgrimindo o seu estatuto de doentes, para se tornarem importantes. O que não entendem é que são doentes por isso mesmo.
(a propósito da consulta de 2012.01.12; 17-18:30h)
sábado, 21 de janeiro de 2012
ato de contrição
mentes!!!!!
acuso-me
mentes sempre que planeias, suspeitando não cumprires.
mentes sempre que te ocupas de pequenos nadas, que tornas importantes para justificar o adiar.
mentes sempre que adias o trivial, esperando que amanhã seja um dia diferente.
mentes a ti mesmo todos os dias.
mentes a ti mesmo várias vezes ao dia.
mentes! mentes! mentes!
mentes quando adias o teu sono, porque a consciência te dói mais quando te deitas.
mentes quando te levantas desejando um dia diferente e te agarras à primeira ocupação que encontras.
mentes quando te olhas ao espelho e decides ser o que não és.
mentes quando te convences capaz de te decidir fazer.
mentes! mentes! mentes!
agonias!!!
agonias em cada momento do teu dia.
agonias sempre que tentas viver, mas só sobrevives.
agonias sempre que mentes a ti mesmo.
agonias quando te confrontas com as tuas mentiras a ti mesmo.
agonias quando mentes,
mentes enquanto agonias!
acuso-me
mentes sempre que planeias, suspeitando não cumprires.
mentes sempre que te ocupas de pequenos nadas, que tornas importantes para justificar o adiar.
mentes sempre que adias o trivial, esperando que amanhã seja um dia diferente.
mentes a ti mesmo todos os dias.
mentes a ti mesmo várias vezes ao dia.
mentes! mentes! mentes!
mentes quando adias o teu sono, porque a consciência te dói mais quando te deitas.
mentes quando te levantas desejando um dia diferente e te agarras à primeira ocupação que encontras.
mentes quando te olhas ao espelho e decides ser o que não és.
mentes quando te convences capaz de te decidir fazer.
mentes! mentes! mentes!
agonias!!!
agonias em cada momento do teu dia.
agonias sempre que tentas viver, mas só sobrevives.
agonias sempre que mentes a ti mesmo.
agonias quando te confrontas com as tuas mentiras a ti mesmo.
agonias quando mentes,
mentes enquanto agonias!
vida mesquinha
cheguei com a vida amontoada e descarreguei-a num monte onde a vida de outros dias se acumula, também de forma amontoada. toma uma forma disforme que não se pode ver feia, mas não se entende. não se entende a forma, não se entende o monte e acaba por não se entender a vida.
armazenamos vida num acumulado diário pelo ávido impulso recoletor. enchemo-nos, ficamos cheios, sem espaço para a mínima reorganização interna. gera-se uma impossibilidade endógena de classificar e de priorizar. damos connosco nesse amontoado de vida, sendo-lhe parte integrante.
modificamo-nos determinantemente. ficamos incapazes de organizar o mundo fisico. as prateleiras e os armários passam de organizadores (por definição) a objectos supérfluos sem utilidade real que vá além de um repouso de consciência.
este amontoado físico, sem sentido nem ordem, revela-nos a nossa vida, amontoada, também, de passados e presentes dos quais sobressai o lado pestilento, seja pela imagem seja pelo odor. o futuro, o futuro mesmo, desaparece, esfuma-se, porque não temos disponibilidade para ele, empenhados que estamos a recolher presentes que laboriosamente acumulamos ao nosso amontoado de vida. o nosso tesouro de existência mesquinha.
armazenamos vida num acumulado diário pelo ávido impulso recoletor. enchemo-nos, ficamos cheios, sem espaço para a mínima reorganização interna. gera-se uma impossibilidade endógena de classificar e de priorizar. damos connosco nesse amontoado de vida, sendo-lhe parte integrante.
modificamo-nos determinantemente. ficamos incapazes de organizar o mundo fisico. as prateleiras e os armários passam de organizadores (por definição) a objectos supérfluos sem utilidade real que vá além de um repouso de consciência.
este amontoado físico, sem sentido nem ordem, revela-nos a nossa vida, amontoada, também, de passados e presentes dos quais sobressai o lado pestilento, seja pela imagem seja pelo odor. o futuro, o futuro mesmo, desaparece, esfuma-se, porque não temos disponibilidade para ele, empenhados que estamos a recolher presentes que laboriosamente acumulamos ao nosso amontoado de vida. o nosso tesouro de existência mesquinha.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Pensamento: também se escolhe ser feliz
quando se recorda a alguém episódios ou rotinas idos, sentidos com grande carinho e em troca recebemos a evocação de uma má memória, isso pode só significar a inabilidade para esse alguém ser feliz.
há quem escolha mortificar-se no que a vida tem de mais negativo só porque ainda não encontrou a paz de amar e, um dia, escolheu ser "mal amado".
fica-se "mal amado" toda a vida.
há quem escolha mortificar-se no que a vida tem de mais negativo só porque ainda não encontrou a paz de amar e, um dia, escolheu ser "mal amado".
fica-se "mal amado" toda a vida.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
mãe, PARABÉNS
porque hoje é seu dia de aniversário, eu conto os segundos para lhe ligar. não quero acordá-la mas quero que sinta que me lembro de si e que a tenho no coração. quero muito que hoje se sinta bem minha mãe.
está no meu ADN, está nas minhas memórias, está na minhas rotinas e está no meu coração onde passou de inquilina a convidada privilegiada. a seu jeito fez-me sentir prazer, reconhecimento e bem estar por a receber num coração que se foi abrindo e moldando para si.
ensinou-me a amar, por isso eu e, secretamente, as pessoas que amo lhe estamos todos muito gratos. hoje sei o que é amor de mãe e porque tem dimensão infinita.
eis a razão porque estou impaciente para lhe telefonar; sei que vai sentir a minha alma nas palavras que trocaremos neste dia de PARABÉNS.
está no meu ADN, está nas minhas memórias, está na minhas rotinas e está no meu coração onde passou de inquilina a convidada privilegiada. a seu jeito fez-me sentir prazer, reconhecimento e bem estar por a receber num coração que se foi abrindo e moldando para si.
ensinou-me a amar, por isso eu e, secretamente, as pessoas que amo lhe estamos todos muito gratos. hoje sei o que é amor de mãe e porque tem dimensão infinita.
eis a razão porque estou impaciente para lhe telefonar; sei que vai sentir a minha alma nas palavras que trocaremos neste dia de PARABÉNS.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
vida e o seu contrário, paradoxos de uma existência
lembro-me, sem recordar, dos momentos em que fazemos o contrário do que pretendemos para obter o desejado. será isto o paradoxo de uma existência ou o contrário da vida?
fazemos que não vemos alguém que nos é importante e com quem desejamos estar. dizemos não, ou sim, sabendo que caminharemos em sentido ao que dissemos. procuramos o irresistível que verbalizamos querer evitar. afastámo-nos para conseguirmos amar, quando um amor já não se faz de existências, de comunhões e de compromissos, mas tão somente do desejo de amar.
quando o futuro tem uma linha esbatida, afastamo-nos e desfocamos mais o olhar, para o imaginarmos no desejo, e assim incorporamos esse horizonte no que mais queremos: um projecto de amor com um futuro.
descobri a importância do paradoxo na vida. sempre o entendi como incoerência, um erro de entendimento. mas, de facto, pode ter uma função organizadora.
fazemos que não vemos alguém que nos é importante e com quem desejamos estar. dizemos não, ou sim, sabendo que caminharemos em sentido ao que dissemos. procuramos o irresistível que verbalizamos querer evitar. afastámo-nos para conseguirmos amar, quando um amor já não se faz de existências, de comunhões e de compromissos, mas tão somente do desejo de amar.
quando o futuro tem uma linha esbatida, afastamo-nos e desfocamos mais o olhar, para o imaginarmos no desejo, e assim incorporamos esse horizonte no que mais queremos: um projecto de amor com um futuro.
descobri a importância do paradoxo na vida. sempre o entendi como incoerência, um erro de entendimento. mas, de facto, pode ter uma função organizadora.
vida minha
partilhei-te, vida minha
abri o baú
onde te escondes
sempre que os olhares crescem.
expus-te na nudez
desmascarada de uma alma.
alinhámos
memórias sentidas,
emoções vividas
sentimentos crescidos
reescrevemos tempos idos
nos enamorámos
pelo que partilhámos.
desvaneceu-se,
pudor do errado,
acontecer imperfeito.
expomos
emoção da razão
pensamento do peito
num gesto, velado e normal.
passo a passo
secretamente caminhado
sem sabermos,
gerámos o dia tenteado
melhor e o pior,
amarguras e euforias
tristezas e alegrias
agora expostos.
vida minha
só existes
porque te partilhaste
com outras vidas.
abri o baú
onde te escondes
sempre que os olhares crescem.
expus-te na nudez
desmascarada de uma alma.
alinhámos
memórias sentidas,
emoções vividas
sentimentos crescidos
reescrevemos tempos idos
nos enamorámos
pelo que partilhámos.
desvaneceu-se,
pudor do errado,
acontecer imperfeito.
expomos
emoção da razão
pensamento do peito
num gesto, velado e normal.
passo a passo
secretamente caminhado
sem sabermos,
gerámos o dia tenteado
invisível e normal
escrevendo de nósmelhor e o pior,
amarguras e euforias
tristezas e alegrias
agora expostos.
vida minha
só existes
porque te partilhaste
com outras vidas.
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