quarta-feira, 20 de junho de 2012

intimidade


procuramo-nos em intimidade
olhamo-nos, examinando-nos
tocamo-nos levemente
apertamo-nos num abraço
partilhamo-nos até à cumplicidade
penetramo-nos fundo, bem fundo
onde o olhar se desfoca
onde a alma nos comanda
desvendamo-nos as mentiras
sem vergonha
entendemo-nos
arrependemo-nos, surpreendidos
confiamos e sorrimos
levitamos, elevamos os olhos
agora puros no olhar
límpidos de luz
não se afastam, nem se escondem
procuram-se, por amor, sem sexo
ou talvez não
mas já não precisamos dele
para sermos íntimos.

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