tirassem a poesia a um poema
restaria um amontoado de palavras
jamais lidas, ilegíveis
que o vento não levaria...
terça-feira, 30 de abril de 2013
segunda-feira, 29 de abril de 2013
'
decidimos
não dar nome ao que sentimos
fizemos
a razão de sabermos a mar.
somos a praia
areia e mar
somos corpos
que se fundem sem se misturar
suados, salgados
sabem a mar
abençoados
infinitos
como o luar
feito de sol e de lua
eternamente
como o sentimento
que geramos de emoções e momentos.
somos a pintura
a tela e a tinta
obra, criação
areia onde me deito
mar onde mergulhas
marulhamos
numa linha indefinida
pela métrica do respirar
murmuramos
sabemos a mar.
não dar nome ao que sentimos
fizemos
a razão de sabermos a mar.
somos a praia
areia e mar
somos corpos
que se fundem sem se misturar
suados, salgados
sabem a mar
abençoados
infinitos
como o luar
feito de sol e de lua
eternamente
como o sentimento
que geramos de emoções e momentos.
somos a pintura
a tela e a tinta
obra, criação
areia onde me deito
mar onde mergulhas
marulhamos
numa linha indefinida
pela métrica do respirar
murmuramos
sabemos a mar.
domingo, 28 de abril de 2013
tentação
assim
tremendamente nua
tu e a lua
desafiaram-me a sonhar
tu pelas sombras do corpo
a lua pelo luar
tremendamente nua
tu e a lua
desafiaram-me a sonhar
tu pelas sombras do corpo
a lua pelo luar
sorriso de amor
quem ama cresce, grande
belo como o balão, colorido
leve como uma nuvem, redonda
azul como um céu, limpo
enorme como o sorriso de amor
feito de luz e de olhar
sabor a beijo, dedicado
delicioso de ver
enorme de sentir
como sol
entra pelos olhos
irradiante no peito, aquece o corpo
membro a membro se distende
gigantemente abraça o mundo
tão pequeno como o universo.
belo como o balão, colorido
leve como uma nuvem, redonda
azul como um céu, limpo
enorme como o sorriso de amor
feito de luz e de olhar
sabor a beijo, dedicado
delicioso de ver
enorme de sentir
como sol
entra pelos olhos
irradiante no peito, aquece o corpo
membro a membro se distende
gigantemente abraça o mundo
tão pequeno como o universo.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
sorri-me
o sorriso, o teu sorriso
amo pelo teu sorriso
por mor dele existem todas as coisas,
as mais lindas do mundo.
amo pelo teu sorriso
por mor dele existem todas as coisas,
as mais lindas do mundo.
limites do amor
amo até onde o coração me deixa
assim pensei anos a fio
depois meu peito dilatou-se como uma onda
sem medida, para fora dos seus limites
agora amo até onde o mundo me quer
assim pensei anos a fio
depois meu peito dilatou-se como uma onda
sem medida, para fora dos seus limites
agora amo até onde o mundo me quer
quarta-feira, 24 de abril de 2013
olhos molhados
lá, onde os olhos choram
pousam mágoas
ardem iras
pulam alegrias
bolorecem tristezas
e brilha o sol
aquele do olhar radiante
molhado de felicidade
como as manhãs dos jardins
pousam mágoas
ardem iras
pulam alegrias
bolorecem tristezas
e brilha o sol
aquele do olhar radiante
molhado de felicidade
como as manhãs dos jardins
terça-feira, 23 de abril de 2013
arco-íris
todos os dias teimo, teimosamente
dizendo aos que me contam a vida
em tons de dor e sofrimento
que sendo o cinzento uma cor
há mais cores que o cinzento
dizendo aos que me contam a vida
em tons de dor e sofrimento
que sendo o cinzento uma cor
há mais cores que o cinzento
quarta-feira, 17 de abril de 2013
força da poesia
na releitura se encontra o prazer num poema
(algures entre a 3.ª e enésima visita)
quanto mais rico, o escrito, mais se vai descobrindo
mais se vai caminhando na imaginação do escritor
mais se vai desvendando o leitor, a cada leitura
este caminho comungado é a força da poesia
(algures entre a 3.ª e enésima visita)
quanto mais rico, o escrito, mais se vai descobrindo
mais se vai caminhando na imaginação do escritor
mais se vai desvendando o leitor, a cada leitura
este caminho comungado é a força da poesia
terça-feira, 16 de abril de 2013
a bica
queria uma bica.
precisava do conforto daquele aroma quente para acordar a alma.
entrou no café que sempre frequentou, cumprimentou e fez-se cumprimentar com um sorriso e uma subtil vénia do olhar.
a bica chegou-lhe a preceito: cheia, com creme, não queimada em chávena escaldada e sem o açúcar.
as amigas lembraram como o café faz mal à vesícula, enquanto torciam os narizes e enrugavam os lábios.
ignorou-as, sorridente para si mesma, e saboreou aquela bica com o prazer de quem está a pecar.
era o seu vício de princesa...
precisava do conforto daquele aroma quente para acordar a alma.
entrou no café que sempre frequentou, cumprimentou e fez-se cumprimentar com um sorriso e uma subtil vénia do olhar.
a bica chegou-lhe a preceito: cheia, com creme, não queimada em chávena escaldada e sem o açúcar.
as amigas lembraram como o café faz mal à vesícula, enquanto torciam os narizes e enrugavam os lábios.
ignorou-as, sorridente para si mesma, e saboreou aquela bica com o prazer de quem está a pecar.
era o seu vício de princesa...
revelação
era princesa, revelara-lho a avó no meio das travessuras que tanto a faziam sorrir.
sabia que sempre seria princesa.
um dia a vida nomeou-a rainha, e foi rainha, triste, porque seu coração era de princesa, como lhe dissera a avó.
logo que pôde regressou à inquietude e ao olhar gracioso de princesa. e lá se mantém.
sabia que sempre seria princesa.
um dia a vida nomeou-a rainha, e foi rainha, triste, porque seu coração era de princesa, como lhe dissera a avó.
logo que pôde regressou à inquietude e ao olhar gracioso de princesa. e lá se mantém.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
família
as telenovelas enchiam-lhe a alma.
em todas havia crianças, adolescentes e adultos que lhe entravam pela casa dentro cheios de folias e de angústias... como uma família...
em todas havia crianças, adolescentes e adultos que lhe entravam pela casa dentro cheios de folias e de angústias... como uma família...
compreender
uma criança berrava no restaurante. incómodo mesmo: os pais envergonhados, tentavam controlar a situação, furiosos ora com o filho, ora com os clientes; estes viam o seu merecido descanso posto em causa por aqueles pais irresponsáveis e aquele puto mimalho e seus olhares ora sopravam raiva ora escorriam consternação.
uma senhora, sozinha à mesa, olhou a criança com um sorriso volumoso e suave e tocou-lhe na mão. a criança sossegou, aconchegou-se e partilhou com ela um brinquedo que antes rejeitara. para ali estiveram convivendo diante do olhar silencioso de todos.
esclareceu, a senhora, levantando os olhos: - "a mim também me apetecia chorar..."
uma senhora, sozinha à mesa, olhou a criança com um sorriso volumoso e suave e tocou-lhe na mão. a criança sossegou, aconchegou-se e partilhou com ela um brinquedo que antes rejeitara. para ali estiveram convivendo diante do olhar silencioso de todos.
esclareceu, a senhora, levantando os olhos: - "a mim também me apetecia chorar..."
paixão
todos os dias se esmerava: fazia-se bela e saía à rua.
fora assim que conhecera o amor, se apaixonou e nunca mais deixou de amar...
fora assim que conhecera o amor, se apaixonou e nunca mais deixou de amar...
amor eterno
todos os dias aquele pássaro lhe vinha comer às mãos, sem medos.
ela gostava de o alimentar, sonhando com o amor que lhe beijara as mãos. era leve, colorido, vivo, irrequieto e confiante como aquela ave, cujas bicadinhas sentia como beijinhos (tão lindos e amorosos), agora que ninguém parecia apaixonar-se por ela... a não ser aquele pássaro muito amado.
ela gostava de o alimentar, sonhando com o amor que lhe beijara as mãos. era leve, colorido, vivo, irrequieto e confiante como aquela ave, cujas bicadinhas sentia como beijinhos (tão lindos e amorosos), agora que ninguém parecia apaixonar-se por ela... a não ser aquele pássaro muito amado.
...
aguardo por ti, como se aguarda
pelas badaladas do relógio
sei que estás, sei que chegarás
e eu aguardo por ti, sem adormecer
não quero perder nenhuma badalada
pelas badaladas do relógio
sei que estás, sei que chegarás
e eu aguardo por ti, sem adormecer
não quero perder nenhuma badalada
domingo, 14 de abril de 2013
a caixa
a caixa
aquele esconderijo pessoal
onde se guardam intimidades:
cartas de amor e outras importantes
fotos doces
diário, se houver
aquele objeto investido
da importância de um momento grande
a caixa
vai crescendo com a idade
e com as memórias
pode ser sempre caixa
pode evoluir para mala e para arca
a caixa
é coisa de gente que amou
que ama a vida passada
que nela guarda o presente
que amará no futuro
a caixa
é a herança mais rica
que alguém pode deixar
a caixa
é coisa de gente idosa
aquele esconderijo pessoal
onde se guardam intimidades:
cartas de amor e outras importantes
fotos doces
diário, se houver
aquele objeto investido
da importância de um momento grande
a caixa
vai crescendo com a idade
e com as memórias
pode ser sempre caixa
pode evoluir para mala e para arca
a caixa
é coisa de gente que amou
que ama a vida passada
que nela guarda o presente
que amará no futuro
a caixa
é a herança mais rica
que alguém pode deixar
a caixa
é coisa de gente idosa
sexta-feira, 12 de abril de 2013
inclassificável, o sonho
aquela melodia, no fundo do jardim
aquele canto dos pássaros, tocado a vento
aquelas flores balançando, entregues ao sol
aquelas flores balançando, entregues ao sol
aquele sol espelhado em diamantes de orvalho
aquela rua de quadros, molduras de sonhos pintados
aquelas ruínas de muros, obra e arte de gente
aquela alegria infantil, gritada em recreio de escola
aquele latir de cão, participando na algazarra
aquela voz de gente ao longe, bradando à vida
aquela rua de quadros, molduras de sonhos pintados
aquelas ruínas de muros, obra e arte de gente
aquela alegria infantil, gritada em recreio de escola
aquele latir de cão, participando na algazarra
aquela voz de gente ao longe, bradando à vida
...
porque a vida é assim, um sonho, total e inclassificável
porque a vida é assim, um sonho, total e inclassificável
os retalhos mirrados ou quebrados pelo medo de sonhar, são o limbo
sítio de mortos-vivos, sem lugar para a poesia
sítio de mortos-vivos, sem lugar para a poesia
excerto
...
lembras-te...
do silêncio cúmplice do nosso olhar?
lembras-te quando nos contámos
quantos sonhos havia no verbo amar?
...
lembras-te...
do silêncio cúmplice do nosso olhar?
lembras-te quando nos contámos
quantos sonhos havia no verbo amar?
...
saudade
amor
larguei meu corpo e procurei-te
precisava encontrar-te
percorri meio mundo e lá estavas tu
aguardando-me no sorriso
que teceste para mim
depois beijaste-me, senti-o
e regressei ao meu corpo
tão distante do teu
prometemos, ainda
quando nos encontrarmos
tocaremos nossos corpos
de almas abraçadas
larguei meu corpo e procurei-te
precisava encontrar-te
percorri meio mundo e lá estavas tu
aguardando-me no sorriso
que teceste para mim
depois beijaste-me, senti-o
e regressei ao meu corpo
tão distante do teu
prometemos, ainda
quando nos encontrarmos
tocaremos nossos corpos
de almas abraçadas
amigo alemão
meu desejo mais ardente
ajudar um amigo a perceber
como é diferente sujeitar e conviver
que a Europa não é algo a dominar
100 anos, tantos arrependimentos
tantas vidas mortas, tantos lamentos
e o nosso amigo cavalga a história
exercitando-se para ocupar
com sentido de vitória
outra vez um lugar
nas memórias das derrotas e dos tormentos...
será triste se nada fizermos...
ajudar um amigo a perceber
como é diferente sujeitar e conviver
que a Europa não é algo a dominar
100 anos, tantos arrependimentos
tantas vidas mortas, tantos lamentos
e o nosso amigo cavalga a história
exercitando-se para ocupar
com sentido de vitória
outra vez um lugar
nas memórias das derrotas e dos tormentos...
será triste se nada fizermos...
quarta-feira, 10 de abril de 2013
sonho nascido
o que tenho para dizer
é pura imaginação
ouve-se no vento
escreve-se nas nuvens
e lê-se de olhos fechados
e de sonhos abertos
e as palavras sendo belas
são rudes instrumentos toscos
como o amor, sempre belo
pode ser tosco e rude
ao invés da poesia
sonho nascido, sã humanidade
é pura imaginação
ouve-se no vento
escreve-se nas nuvens
e lê-se de olhos fechados
e de sonhos abertos
e as palavras sendo belas
são rudes instrumentos toscos
como o amor, sempre belo
pode ser tosco e rude
ao invés da poesia
sonho nascido, sã humanidade
terça-feira, 9 de abril de 2013
metamorfose
enrolavam-se, redondas
como caveiras, as ondas
geradas no mar
que banharam as rochas
bateram na areia
gelaram os pés
refrescaram a face
salgaram os lábios
piratearam pensamentos
destinos de memórias
tesouros da existência
que o mar assaltou
lavou e levou para o fundo
lá se afogaram
reaparecendo caveiras que não reconhecemos
como caveiras, as ondas
geradas no mar
que banharam as rochas
bateram na areia
gelaram os pés
refrescaram a face
salgaram os lábios
piratearam pensamentos
destinos de memórias
tesouros da existência
que o mar assaltou
lavou e levou para o fundo
lá se afogaram
reaparecendo caveiras que não reconhecemos
imensidão
havia um mar, imenso
de água, areia, nuvens
e raios de sol
havia um abraço, imenso
como o mar de pensamentos
aconchego e carinho
havia um momento, imenso
como o amor e o horizonte
que fundimos e trouxemos no peito
de água, areia, nuvens
e raios de sol
havia um abraço, imenso
como o mar de pensamentos
aconchego e carinho
havia um momento, imenso
como o amor e o horizonte
que fundimos e trouxemos no peito
segunda-feira, 1 de abril de 2013
sombras ferozes
batem as portas
rasgam-se as janelas
fende-se o céu
ofendido de nós, por nós
quebra-se o chão
sopra o sol
vento gelado
acidificante, queimando
velas ardentes
demoníacas figuras
instigam nas paredes
sombras de corpos
nós ensombrados
num teatro chinês
atores sem assistência
rasgam-se as janelas
fende-se o céu
ofendido de nós, por nós
quebra-se o chão
sopra o sol
vento gelado
acidificante, queimando
velas ardentes
demoníacas figuras
instigam nas paredes
sombras de corpos
nós ensombrados
num teatro chinês
atores sem assistência
menino, em mim
há um menino
haverá sempre um menino
em mim
amará pelo colo
mimará pela traquinice
tenteará nos braços o passo mais ousado
procurará um olhar sorridente e será confiante
birrará para se afirmar autónomo
precisará dum embalo ao adormecer
crescerá para saber o que oferecer ao filho acabado de nascer
nesse dia recordará tudo o que viveu
e exclamará
há um menino
haverá sempre um menino
em mim
haverá sempre um menino
em mim
amará pelo colo
mimará pela traquinice
tenteará nos braços o passo mais ousado
procurará um olhar sorridente e será confiante
birrará para se afirmar autónomo
precisará dum embalo ao adormecer
crescerá para saber o que oferecer ao filho acabado de nascer
nesse dia recordará tudo o que viveu
e exclamará
há um menino
haverá sempre um menino
em mim
poesia do poema
havia alguém que entendia a poesia
pela arte de fazer poemas
um dia deu consigo extasiado
ao ouvir um outro alguém lendo um poema
chorou de alma e de lágrimas
só depois entendeu que aquele escrito fora seu
e que agora era muito mais rico
ele e o escrito que viajou no peito de quem o leu
ignorância
olho para mim
sem espelho
para que me veja melhor
fito os olhos
querendo lê-los profundos
toco na alma
que me soa amiga
conheço-lhe o toque
a voz
o sorriso que nunca vi
e olho para mim
e volto a olhar
pouco sei
pouco entendi
sem espelho
para que me veja melhor
fito os olhos
querendo lê-los profundos
toco na alma
que me soa amiga
conheço-lhe o toque
a voz
o sorriso que nunca vi
e olho para mim
e volto a olhar
pouco sei
pouco entendi
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