terça-feira, 16 de abril de 2013

a bica

queria uma bica.
precisava do conforto daquele aroma quente para acordar a alma.
entrou no café que sempre frequentou, cumprimentou e fez-se cumprimentar com um sorriso e uma subtil vénia do olhar.
a bica chegou-lhe a preceito: cheia, com creme, não queimada em chávena escaldada e sem o açúcar.
as amigas lembraram como o café faz mal à vesícula, enquanto torciam os narizes e enrugavam os lábios.
ignorou-as, sorridente para si mesma, e saboreou aquela bica com o prazer de quem está a pecar.
era o seu vício de princesa...

Sem comentários:

Enviar um comentário