de mim de mar
escrevo
o que nunca soube
caminho...
– conta-me porque
me banhas os pés areados
– engenho meu
poesia
teço ondas
enrolos de mar
como concha de chão
que vais apanhar
para a deixares cair
satisfaz-te
a brevidade
simples
de a tocar
– finjo-me gaivota...
– noto-to no olhar
atira-lo alto
solitário
distante
soltas na areia
teus passos rasantes
de voo inacabado
– há uma certa solidão no voo...
– no voo há paisagem
destino em pouso
aventura
frescura e leveza
prazer em viagem...
a solidão sempre
morou em peitos
incapazes de voar
– de onde és
nem te fazes ao voo
– eu...
estrondo-me em ondas
rebento-me na escarpa
salpico-me em gotas
refaço-me em espuma
solto-me no ar
e parto no vento
vou aonde me levar...
agora marulho contigo
é-me outra forma
de sair de mim
de voar
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