quarta-feira, 19 de novembro de 2014

solilóquio

de mim de mar
escrevo
o que nunca soube

caminho...

conta-me porque
me banhas os pés areados

engenho meu
poesia
teço ondas 
enrolos de mar

como concha de chão
que vais apanhar
para a deixares cair

satisfaz-te
a brevidade
simples
de a tocar 

finjo-me gaivota...

noto-to no olhar
atira-lo alto 
solitário 
distante

soltas na areia
teus passos rasantes
de voo inacabado

há uma certa solidão no voo...

no voo há paisagem
destino em pouso
aventura
frescura e leveza
prazer em viagem...

a solidão sempre
morou em peitos 
incapazes de voar

de onde és
nem te fazes ao voo

eu...
estrondo-me em ondas
rebento-me na escarpa
salpico-me em gotas
refaço-me em espuma
solto-me no ar
e parto no vento
vou aonde me levar...

agora marulho contigo
é-me outra forma
de sair de mim
de voar

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