o tempo chega
por vezes de rompante como despertador da manhã
outras, abeira-se leve como um sonho
ocasionalmente invade-nos como um raio de luz escapulido debaixo da porta
às vezes comporta-se como criança e chama-nos em repetidos tic-tac
enquanto se exibe no baloiço do pêndulo do relógio
já o vi insinuar-se nos raios da manhã, aclarando o dia hora a hora
já lhe senti a volúpia da noite impregnando-se-me entre calafrios
acontece o tempo chegar no frio de janeiro
ou cavalgar no destempero da vingança
já o amei com o desejo cego da paixão dos amantes
já o odiei até ao fundo do ressentimento e lutei para que partisse
de todas as vezes o tempo passou, fez-se vento
houve tempos que nem lhe notei a presença
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