escrever de água
esse líquido precioso corre-me nas veias
leva-me às margens, às beiras
o limite além do qual o corpo paira
nos beirais os pássaros recitam
e as andorinhas moldam o lar
ante o gotejar
os cisnes bailam nos lagos
e poderiam ser poetas
dos rios afloram os lírios
e colorir-se-ão as beiras
no mar as sereias ondeiam
olhos encantados à beira-mar
escrever de água
não poder aquietar-se
na calma do charco o desejo
é pedra como beijo do despertar
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