domingo, 17 de maio de 2015

beira d'água

escrever de água
esse líquido precioso corre-me nas veias
leva-me às margens, às beiras
o limite além do qual o corpo paira

nos beirais os pássaros recitam
e as andorinhas moldam o lar
ante o gotejar

os cisnes bailam nos lagos
e poderiam ser poetas

dos rios afloram os lírios
e colorir-se-ão as beiras

no mar as sereias ondeiam
olhos encantados à beira-mar

escrever de água
não poder aquietar-se
na calma do charco o desejo
é pedra como beijo do despertar

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