segunda-feira, 15 de junho de 2015

diário

a manhã, o despertar
todas as memórias são sonho
e todos os sonhos são um lugar próximo
perto de mais para ser autêntico
porém, distante, ao ser fantasiado
a luz ainda não é
os atos ainda não são
o dia ousa irromper

e urdir-se na teia do que não foi
acomodará os factos
sem ânsias, o que não era, será
e quando o for, estará planeado
ignorar-se-á o acontecer
excluir-se-á o erro - partícula
omnipresente do saber -
o modo humano de aprender

chegarei ao final do dia
aguardarei o início da manhã
acolher-me-ei no colo da noite
em amor tenro e largo
purificar-me-ei na madrugada
quando as orações despontam
quando os poemas brotam
antes do esquecimento

haverá, então, algo de mim que me relatarei

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