há corvos negros
vi-os
em teus olhos grasnam a aflição
sondam o rumo errando
cortam o ar e não voam
procuram e não entendem
e grasnam
e grasnam
e grasnam
surdos ensurdecedores
grasnam
quis tanto ser-lhes o pouso
recordar-lhes a primavera
ou o morno da cor
e eles grasnando
grasnam e enegrecem
atormentados
não cessam
não param
não pousam
eu que nunca soube nada
ignoro o negrume
que não escureça
desejo
ainda aprendo a ser filho
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