sábado, 13 de julho de 2013

alma

guardo uma árvore
um segredo de poesia
que ela mesma me ensinou
tomando-me
elevou-me nos braços
neles me embalou, amplo
como o horizonte.

aconchegou-me no regaço
bem no centro
algures entre o céu e a terra
(que as árvores unem
pela vocação do nascimento)
aceitou os meus ditos
todos os meus pensamentos
sonhei tudo
sonhou comigo
tudo o que poderia ser sonhado.
tudo num silêncio eloquente.

deixou que o vento falasse por ela
falou-me ela pelo vento
desvendou-me o voo das folhas
mostrou-me a dança dos ramos
ilustrou-me o pulsar das sílabas
semeou-me a poesia
onde nasceu esta árvore
que vive em mim
plantada
bem no centro.

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