sábado, 13 de julho de 2013

ar de vento

e foi um vento que entrou em casa
arejando os cantos, depois os recantos
onde os cantos se dobram
onde as recordações se resguardam
se aprisionam pela inércia do nada

rodou, o vento, dançou
de canto em recanto, escapuliu-se
com o ar das memórias
agora mais frescas, refrescas
como os recantos dos cantos

a sala era antiga e a dona envelhecida
sentada à janela muito bem lacrada
bem protegida do vento lá fora
tanto o pavor de se ver constipada
mas apreciava uma sala arejada

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