domingo, 9 de março de 2014

lugares de poesia

há poemas que são como casas
nelas há lugar para tudo
são lar que revisitamos
são moradas onde nos instalamos
murmurando aconchego

outros poemas são varandas soalheiras
como eiras
neles tudo é amplo
resplandece quente
outono verão semente

alguns poemas são quarto escuro
sem janela, talvez despensa
abafados de escuridão
arte em ar insalubre
desconforto dor e solidão

os poemas tipo quartos
soam a recolhimento intimidade
emolduram sorrisos lágrimas êxtases
aconchegam à noite
iluminam-se todas as manhãs

há poemas salas de jantar
repasto a ser declamado
aprecia-se à vista
degustam-no os sentidos
vigoroso, proclamente, recitado

o poema sala de estar, canto de ler
é intimista, desvenda-se
confessa-nos segredos nossos
sussurros movimentos silêncios
suaves doces profundos

há poemas de jardim
garridos, povoados de flores
aves, insetos, amores
sol, agitações ondulantes
têm bancos horizontes amantes

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