terça-feira, 20 de outubro de 2015

a chama

arde
arde só
arde porque não há luz
arde sem pensares em tochas
nem em reflexos nem em iluminar
arde somente
fluente esse fogo que há em ti
labaredas como palavras
meu coração puro
com a ideia noutros corações
flameja ardendo erguido
ao alto como poema
volátil como crescer

se o pássaro tem medo de voar não tira os pés do chão
e nunca será
aninhar-se-á
o tempo o fará rastejar
habituar-se-á a abrigar-se no chão
será minhoca de tanto não encarar a luz do dia

arde e eleva-te se o ar o quiser
pulsa
há olhares que precisam do teu
a fogueira é um encontro de labaredas
é celebração
arde só
que tão escuro está

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