Cansa-me morrer devagarinho. Dói-me o que passou, magoa-me o que há-de vir e mata-me o que sinto agora. Define-se a agonia.
É um nó que não se desata, cegamente apertado em si próprio, tão apertado que fica num minúsculo grão, caso a vida, ainda que metaforicamente, fosse um fio.
Já não me lembro de estar bem, sorrir para a vida de braços abertos, convidando-a a chegar-se e aconchegar-se e mostrar-lhe o meu desejo de conviver com ela.
Já não a quero ver porque vem de negro, cheirar porque tem odor a morte, degustar porque sabe a fénico. "Vai-te embora, não te aproximes", grito íntimo comigo mesmo, deixa-me em paz e que um raio me parta bem depressa.
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