terça-feira, 27 de novembro de 2012

confissão

sabes,
o meu desejo de hoje
era escrever-te algo lindo
algo que te fizesse estremecer
por cada sílaba proferida
e que esse estremecer te fosse para além do corpo
e te fizesse sentir cheia
plena de mulher
como a lua de luar
e te sentisses dar à luz como um sol
radiante, como mãe apaixonada
que acaricia o ventre para tocar no filho
que, deliciado, se estica preguiçosamente
como um abraço dado de dentro

é isso que gostava de escrever-te
um abraço de dentro
de dentro do peito
de dentro da alma
que te confortasse
que ao tocares no teu corpo
o sentisses preguiçoso
a abraçar-te por dentro

não sei como escrever-te
não sei como estremecer-te
não sei como abraçar-te
nem sei como balancear teu corpo
num embalo de aconchego

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