meu amor,
escrevo-te o que não sei
nem entendo. o facto
é que moras em mim
e sem que eu saiba porquê é belo
tão belo que me desponta uma lágrima sem tristeza
comoção? talvez
agradecimento? seguramente.
e escrevo-te outra vez
sem saber porquê
como quem passeia sem destino
caminhando; um pé à frente do outro
de olhos no infinito
onde tu, sempre tu, te insinuas bela
mais uma vez belo, vês?
como tu e o infinito casam tão bem.
volto a escrever-te
impulsionado pelo desejo
de dobrar o infinito
e tocar-te como se tocam os humanos
ardentemente, calafriamente
e se conseguisse escrever esse toque
tornaria este papel sagrado
seria a inspiração de deus.
e escrevo-te, agora sem vez
preciso abrandar minha alma
agigantada por ti, ousada para ti
só para poder evolver-te
como um perfume, agradecida
pelo teu olhar, meu amor
poesia doce do dia.
do teu amador poeta muito amado.
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