quinta-feira, 7 de novembro de 2013

biografia ii

nasci a 4 de novembro de 1961, no Porto, gorducho de querubim em mão de fadas , pulava entre colos e sorria, e a felicidade, de pudesse ser emoção, seria a única que sabia. com os tios conheci a traquinice e com eles fui diabinho radiante. aprendi a ser feliz sendo angelical e amando a travessura.

a minha adultez chegou precoce. quando  aprendia a escrever as letras, depois as palavras e os textos, sonhava com um modo inintelegível de palavras que se decifravam por si como se não resultassem da justaposição de letras. era assim que via a escrita de adulto e enchia "lousas" e "lousas" de desenhos hieroglíficos que sonhava fossem palavras. um dia escreveria assim, afirmava secretamente para mim.

trabalhei imenso para ser um adulto bem comportado e aspergido de traquinas. licenciei-me em psicologia, fui pai de 2 filhos que me ensinaram a escrever depois de ter casado com aquela que o destino incumbiria de assolhar as rasuras que escrevi rasurando (e que apelidou de poesia.)

porque há algos que se perpetuam, ainda hoje sou impelido para desenhar linhas que deixo enovelar em sonâncias de alma, algures entre o silêncio e a euforia. assim abraço palavras com que urdo poemas; escritos, suspiros de vadias emoções sem céu nem inferno, tal como o horizonte que nunca teve linha e muito menos divisória.

neste vadiamento assumi-me assim e do advérbio de modo fiz meu nome por me soar mais almado antónio assim d'oliveira e o senti-lo mais apropriado ao meu ser desenhador.

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