por fim resta a areia de uma praia
o rebentar das ondas que afagam
o rosto que a morte te deu.
o sorriso que fora teu, acabou
envergas vermelho-azul notável
vulto de boneco caído no areal
arrepiaste a surdez cega e muda
a razão porque os muros são construídos
após o dia em que foram demolidos.
a consciência, onde existe, está doída
a praia tomou-te o corpo
velado por ondas mansas
o retrato é o pesar em momento
em que naufragamos.
como teu pai morreremos sempre
até depois do esquecimento
a teu pai o desgosto
a nós a vergonha da passividade
o nosso horror.
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