— o vento de ontem beijava, abraçava, era ousado
e o vento de hoje oscula, roça, é tímido
— na fonte dos ventos há tantos
e cada um só nos cruza uma vez
passa, é um vento...
— há a fonte dos ventos?
— é num sítio que fica entre os montes altos
está ligado ao céu
é lá que guardam todos os sopros dos santos
os de acender o lume, os de soprar as migalhas
os de soprar as sopas e o caldo quentes...
é que no céu não há ventos
— é, o vento é coisa do céu...
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