a manhã nasceu escura e manteve-se nesse tom.
decidira assim, parecia.
que as manhãs nascem do escuro, é sabido;
que umas se abrilhantam e que outras se acinzentam, é óbvio.
que as manhãs se fazem ao sabor do tempo e das circunstâncias, ensinaram-nos;
que sabor é genuinamente animal e o tempo puramente humano, sabemos.
quanto à circunstâncias,
somos peixes num mar de coral: mergulhados no mar que bebemos e respiramos.
e o colorido desse mar de coral depende dos peixes que o bebem, respiram e habitam.
esta manhã nascida, de que falávamos, seria um coral cinza habitado de peixes cinzentos.
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