domingo, 24 de fevereiro de 2013

fantasia na tertúlia

as recordações despontavam
luzentes, garridas, talvez floridas
alimentando a conversa que jorrava,
aflorando pensamentos desalinhados.
ora se espraiava, a tagarelada,
ora corria, até se precipitava
libertando sorrisos de várias matizes
vadios, nostálgicos, desgovernados
mas todos, todos alegres e felizes.
os olhares, inquietos, perdiam-se no fundo
tão vago quanto presente.
as horas passavam lá fora
cá dentro, era só um momento
de partilhar memória e fantasia
entoadas com a mesma exaltação
com que foram vividas.
e os braços impulsionavam os corpos
desenhavam coreografias sem fim
infinitas de sentidos, todos
até ao topo da euforia, onde descansamos
na nostalgia dum fim de tarde de domingo
que nos moldou o rosto, sorridente
parcimonioso, prolongado eternamente
por ser terno aquele momento
por ser inteiro, de amigos
do corpo à alma, nunca terá fim.

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