sábado, 9 de fevereiro de 2013

revolvimento

sentou-se numa dobra do vento
pronto para viajar
partiria com o destino, ao sabor do ar.
da vida
ainda só conhecia o acre paladar
e os ventos do infortúnio, destinados aos infelizes
(nada mais percebia nem ousava decifrar).

agora tudo iria mudar, prometeu-lhe
algo em que acreditou. tinha fé
naquela onda de vento que nunca vira
nem conhecia, mas existia. sabia.

encheu o peito e saiu, sentado na ventania
sem nada para agarrar. fez-se forte
fez-se grande e cresceu.
conheceu os sabores do arco-iris
conviveu com os sonhos,
os que desconhecia e os de que só ouvira falar.
gostou de uns, outros abandonou-os
fortaleceu-se na fé, habilitou-se a sonhar.

chegou sem soluções, sem feitos, sem factos...
sem histórias para narrar
chegou sentindo o vento
livre no pensamento
desenhou todos os sonhos que lhe foram revelados.
usou todas as cores
as berrantes da paixão
os coloridos garridos da alegria, da euforia
e outros prenhes de dores
tons da insatisfação, negros de indignação.

e desvendaram-se os sonhos
pela arte de escutar o pensamento
sem senhor e sem lei indigna de o ser.

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