resvalaram-me os olhos
para o chão lamacento
para a cratera profunda
fugindo, envergonhados
da culpa, oculta
que não abafa o olhar.
esgotaram-se as lágrimas
partiram, fugiram nos olhos
também elas envergonhadas
foram com o dia de chuva
nele vivem, nele se misturam
sem que se façam notar
encarquilhou-se meu peito
seco deserto, mirrado
vergonha, fonte de agonia
dor da alma vazia, sumida
incapaz de sentir
uma centelha de vida.
enrugou-se meu corpo
amarfanhado em si mesmo
sufocou-se, amargurado
escondeu-se nas rugas
onde escreveu as mágoas
de corpo envergonhado.
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