quarta-feira, 4 de setembro de 2013

conjugação

pela manhã deste-me um beijo
fresco de crocante e suculento, tudo junto,
bem polpudo como sempre
— logo dou-te mais — declaraste-me
— bommm, guarda-mos — pedi-te eu
— beijos não se guardam, dão-se 
dão-se sempre frescos, acabadinhos de sentir
querem-se aromatizados — ensinaste-me
então e aqueles apressados — indaguei
— são rápidos, são pequeninos — continuaste-me 
mas para serem beijados, têm de ser frescos
se recessos não são beijos
nem ósculos serão, que nem esses são ressequidos.
isso de que falas são tiques em molde de beijo
outras vezes são desfeitas
amordaçam e despeitam os agredidos.
beijo não cabe em "tupperware"
nem se conserva em frigorífico
beijo tem, sempre, aroma do momento
— e dos beijos que te dei — balancei
— foi nos teus beijos que aprendi o que sei — sorriste-me
no teu peito nasce a poesia que escrevo — escrevi —
... ainda que me chames poeta

Sem comentários:

Enviar um comentário