segunda-feira, 13 de maio de 2013

cartas de amor

suplicaram-me, as tuas cartas, que as rasgasse
também elas querem ir para longe do meu alcance.
incomodamo-nos com o cheiro a pó
das emoções e dos sentimentos que carregamos;
com a cor, elas amarelecidas e eu cinzento;
com as memórias que nos invocámos,
no toque, nos vincos, no rasgão da ansiedade,
no amarrotado da raiva.
as vezes que as percorri com o olhar
e com os dedos indicador, médio e anelar
procurando nos sulcos da tua escrita
as curvas - relevos - do teu corpo.
recordo-me que algumas delas traziam o calor da tua mão
foi bom... lembro-me do que senti.

agora reconheço que querem voltar para ti
porque são tuas e estão comigo
pedem-me que as rasgue.

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