tem poetas de todas as cores, incluindo o branco e o preto
que não vêm no arco-íris
tem poetas de todas as formas, geométricos, angulosos, redondos, sinuosos
uns mais harmónicos, outros mais vistosos
tem poetas de vários humores, sanguíneo, militante, fleumático, irritante
uns inquietos, outros distantes
tem poetas que são escritores e tem os que não escrevem
tem poetas que são leitores e tem aqueles que não lêem
tem poetas que amam e os que se excluem aos amores e
tem os que odeiam apaixonadamente
tem poetas que rejeitam ser poetas e
tem os que se dizem sem tempo para a poesia
tem poetas só da noite e tem poetas só do dia
tem poetas de café, de casa e ainda os do trabalho
tem poetas em cabelo
tem poetas de carapuço, de chapéu e de boné
tem poetas de relógio, no bolso, no pulso ou na torre e
tem os que se regem pelo ritmo biológico
tem poetas de gravata, sem gravata e tem de laço
tem poetas de camisa, de t-shirt e tem os de cachecol
tem poetas de elite, tem poetas do povo
tem poetas de cirrose e de hepatite
tem poetas com neurose, tem poeta fumador
tem poetas perfeitos, sem vício e sem dor
tem poetas do jardim, da rua e da esquina
tem poetas da biblioteca e tem da igreja,
também tem do quarto e tem poetas do palco
tem, até, poetas da TV
tem, tem e tem...
e quem nunca se emocionou
quem não conhece o calafrio nem corou
quem nunca precisou de ler um poema até ao fim
quem nunca memorizou uma quadra
declame bem alto:
- este poema não é de mim!
(se o fez e se gostou, sentiu poeta. e amou?)
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