tínhamos
adivinhado
tínhamo-nos
confessado
sem
que uma palavra fosse pronunciada.
sabe-se
e silencia-se: é assim que se foge
escapando
pé-ante-pé, encobrindo, negando, mentindo
fugindo
para a frente, apressado no beijo e no sono
indiferentes
ao sim e ao não.
arrastámos
os olhares pelo chão
(que
a alma não nos traísse)
sorrimos
de pânico que algo se descobrisse.
desconhecíamos
e adivinhávamos
a
moinha doeu, rasgou, sangrou.
corpos
doridos posados à janela
qual
ponto de fuga, perspectiva
linha
da vida que passava lá fora
e
como fora bela, recordámos
que
nostalgia, de mãos apertadas de réstias.
porque tudo era vago, tudo escapou
o
dia da tua fuga...
já
tinhas partido e eu já te tinha largado
o
relógio parou-me e o tempo conto-o sem peito
minha
alma fugiu atrás de ti.
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