sexta-feira, 3 de maio de 2013

poesia

tu, aguarela que te pintaste em minha alma
colorida, abusas de mim ocupando-me como
amante, pecado que preciso, obsessão, deleite, poema
que sonhamos, linhas que tricotamos em palavras
que geramos, como pais de uma gramática
concebida no enamoramento de quem se prometeu.
por vocábulos nos fundimos à ação e ao destino
(porque até o hífen, sendo elo, nos separava)
nos refazemos num "amote", num "querote, até "odeiote"
"desejote", "sintote", "escrevote", "leiote" por uma lei da natureza, nossa.
tu, o início de tudo
jorras nas minhas veias o que apelidas de inspiração
que sinto como pensamentos inquietos que me explodem no peito
em torrentes de emoção e que me aflora aos olhos, aos dedos
e desenho escritos como melodias, pautas, músicas de poesia
transpirados de lágrimas, de sangue e de calafrios
êxtases medonhos de exaustão e delírios de felicidade
pelo poema terminado e pela inquietante busca do próximo.
tu! tu! tu! exclamação, desejo, exaltação, exagero exagerado
paixão, arrebatamento...

tu, encantamento, milagre, magia, pureza
força e fragrância doce e pura, pueril beleza,
poesia que moldaste minha vida e criaste meu ser
partilhamos um destino que escreveremos, rabiscando e rasurando
como tu e eu sabemos.

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